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Juros futuros em direções contrárias com IBC-Br abaixo do esperado e temor fiscal

16 out 2025, 18:15 - atualizado em 16 out 2025, 18:16
Juros Futuros
(Imagem: inkdrop)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) de curto prazo fecharam em leve queda nesta quinta-feira (16), na esteira do resultado abaixo do esperado do indicador de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) para agosto e dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos — os Treasuries.

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Já as taxas longas avançaram em meio a preocupações persistentes com a política fiscal brasileira.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 14,02%, em baixa de 1 ponto-base ante o ajuste de 14,031% da sessão anterior.

Entre os vencimentos longos, o contrato para janeiro de 2035 tinha taxa de 13,725%, em alta de 4 pontos-base ante 13,686%. Na véspera (15), o movimento havia sido contrário — de alta na ponta curta e queda firme na longa.

O que mexeu os DIs hoje?

No Brasil, a sessão começou com a divulgação de novos dados econômicos. O Banco Central (BC) informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,4% em agosto ante julho, na série dessazonalizada, menos que o 0,6% projetado por economistas ouvidos pela Reuters.

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Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,1%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou um ganho de 3,2%, de acordo com números não dessazonalizados.

Para o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), “por mais que seja uma desaceleração esperada, veio abaixo do projetado. E como o debate sobre corte de juros em algum momento vai começar, isso ajuda a tirar pressão nos vértices mais curtos”.

Além disso, a queda dos rendimentos dos Treasuries também favorecia o viés negativo na ponta curta da curva brasileira, segundo Spiess. “Por outro lado, os vértices longos seguem acompanhando a tensão na área fiscal. O governo segue em busca de uma alternativa à medida provisória 1303”, disse o analista.

Ainda pela manhã, o diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, afirmou que os dirigentes da autarquia compreendem que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores, e desejam que ela permaneça assim.

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O diretor lembrou que no fim de 2024 havia questionamentos sobre a eficácia da política monetária e sobre se a economia brasileira estaria em dominância fiscal — um entendimento que o BC nunca teve, segundo ele.

Por conta disso, conforme David, o BC decidiu ser restritivo “além do que seria necessário de outra forma”. “Nós acreditamos que estamos mais restritivos do que em ciclos anteriores… e queremos continuar assim, e ver os efeitos defasados na economia. Esta é a fase em que estamos agora”, comentou durante evento do UBS BB, em Washington, nos Estados Unidos.

O cenário fiscal também permaneceu no radar. Ao ser arquivada pela Câmara dos Deputados, a Medida Provisória 1.303 deixou rombos nos Orçamentos de 2025 e 2026, a serem cobertos pelo governo Lula, mas uma solução ainda está sendo discutida.

Ontem (15), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que as partes “incontroversas” da MP sejam retomadas pelo Congresso.

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Também na quarta-feira (15), o Tribunal de Contas da União (TCU) desobrigou o governo a buscar o centro da meta fiscal em 2025. O alvo para 2025 é de resultado primário zero, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, o que corresponde a R$31 bilhões para mais ou para menos.

Na prática, um déficit primário de R$31 bilhões é considerado um resultado dentro da meta. Embora a decisão do TCU seja favorável ao governo, parte do mercado avalia que ela não contribui para reduzir o risco fiscal.

Neste cenário, perto do fechamento da sessão a curva brasileira precificava em 99% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, no início de novembro.

*Com informações de Reuters

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