Mercados

Juros subirão a ‘patamares que considerávamos esquecidos’, diz Verde

09 jan 2025, 18:31 - atualizado em 09 jan 2025, 18:41
Luis Stuhlberger
(Imagem: Reprodução/ IFL)

A gestora de investimentos Verde Asset Management, em seu relatório mensal referente a dezembro de 2024, alertou para uma escalada dos juros no Brasil, prevendo que as taxas alcançarão níveis “que considerávamos esquecidos”.

A Verde atribui essa perspectiva pessimista ao que avalia como política fiscal expansionista adotada pelo governo.

A gestora argumenta que, apesar da forte intervenção do Banco Central (BC) no mercado cambial para conter a desvalorização do real, os impactos inflacionários da alta do dólar serão inevitáveis em 2025.

Essa conjuntura, na visão da Verde, obrigará o BC a adotar uma postura mais agressiva, elevando os juros a patamares significativamente mais altos para controlar a inflação.

Embora a Verde reconheça que os preços de diversos ativos já reflitam prêmios de risco consideráveis, a gestora mantém uma postura cautelosa em relação ao mercado brasileiro.

Intervenção é insustentável no longo prazo, diz gestora

No relatório, a Verde destaca que o cenário para os mercados brasileiros em dezembro se manteve “extremamente desafiador”, diz que a sazonalidade foi agravada pelo “pessimismo generalizado” e afirma que a intervenção do BC no câmbio, apesar de ter amenizado os efeitos imediatos da fuga de capitais, é insustentável no longo prazo.

A Verde, que administra o fundo multimercado Verde FIC FIM, obteve um retorno de 12,10% em 2024, superando o CDI (10,87%), em mais um ano difícil para a indústria de fundos multimercados.

O fundo Verde registrou ganhos em dezembro com posições em juros, bolsa local, Real, crédito e uma posição short na moeda chinesa. As perdas vieram de bolsa global, posições em moedas e juros reais brasileiros.

O fundo terminou o ano com ganhos diversificados, destacando-se o livro de moedas e de bolsa global. Os livros de crédito e trading, especialmente em commodities, também contribuíram positivamente.

As principais perdas ocorreram no livro de ações locais e renda fixa, mas foram parcialmente compensadas na segunda metade do ano.

Como o Verde está posicionado

O fundo Verde está liquidamente vendido em bolsa brasileira e reduziu sua exposição global.

O fundo transformou a posição de juro real nos EUA em inflação implícita, saiu da posição de inflação implícita longa na renda fixa local, manteve uma pequena posição em juro real, e está vendido no Real, Renminbi chinês e Rúpia indiana.

Também manteve alocações em cripto, uma posição comprada em petróleo, e livros de crédito high yield local e global.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
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