Bancos

Kashkari, do Fed, queria maior compromisso com adiamento da alta dos juros

18 set 2020, 10:54 - atualizado em 18 set 2020, 10:54
Neel Kashkari
Mas essa promessa ainda pode significar que o Fed acabe aumentando os juros antes de a economia realmente alcançar o pleno emprego, disse Kashkari (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

O Federal Reserve deveria ter adotado uma orientação futura mais vigorosa para fazer a economia dos Estados Unidos voltar à força total, disse o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, nesta sexta-feira, com promessa de adiar os aumentos nos juros até que o núcleo da inflação fique em 2% por cerca de um ano.

O banco central norte-americano sinalizou nesta semana que vai manter a taxa de juros em sua faixa atual de 0% a 0,25% até que a economia alcance o emprego máximo, a inflação suba para 2% e fique “no caminho” de ultrapassar modestamente essa marca.

Mas essa promessa ainda pode significar que o Fed acabe aumentando os juros antes de a economia realmente alcançar o pleno emprego, disse Kashkari em um artigo explicando o motivo pelo qual ele discordou da decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

“Eu teria preferido que o Comitê assumisse um compromisso mais forte de não aumentar os juros até que estivéssemos certos de ter alcançado nossos objetivos de duplo mandato”, escreveu Kashkari.

O Fed não deveria atrelar os aumentos de juros às leituras do mercado de trabalho de forma alguma, já que o banco as interpretou mal na sequência da última recessão e, como resultado, acabou sufocando a recuperação ao elevar os custos dos empréstimos cedo demais, disse ele.

“Não aumentar a taxa de juros por cerca de um ano após o núcleo da inflação superar 2% é consistente com a estratégia de almejar uma modesta ultrapassagem a fim de atingir uma inflação média de 2%”, disse Kashkari.

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