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Klabin (KLBN11): Geração de caixa e diminuição de endividamento serão o foco da empresa, dizem analistas

11 dez 2024, 16:24 - atualizado em 11 dez 2024, 16:24
klabin klbn11
(Foto: Divulgação)

Para os próximos dois anos, o foco da Klabin (KLBN11) ficará por conta da redução da alavancagem, procurando gerar fluxo de caixa livre com o crescimento em volume de produção, sem grandes desembolsos planejados num futuro próximo.

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Segundo o BTG Pactual, que esteve presente no “Investor Day” da companhia, as decisões estratégicas tomadas nos últimos 10 anos pela companhia foram bem sucedidas. Embora o discurso em relação ao mercado de celulose permaneça cauteloso, há sinais de que os preços estão próximos ao ponto mais baixo do ciclo. A administração da companhia tem se surpreendido com a demanda acima do esperado das fábricas de papel na China.

“Mantemos nossa recomendação de compra. A empresa tem como meta uma  Taxa Interna de Retorno (TIR, que corresponde á rentabilidade das operações de uma ou mais plantas) nominal alavancada de 20% para novos projetos, comparando os retornos potenciais com alternativas como recompra de ações, garantindo a alocação ideal dos recursos. O principal objetivo da Klabin é a maximização do valor ao acionista”, explicam Caio Greiner, Leonardo Correa e Bruno Henriques.

A visão do Goldman para Klabin

Para o Goldman Sachsnão há expectativa de qualquer anúncio de grandes investimentos antes do fim de 2026 e início de 2027, quando a alavancagem deve retornar a níveis normalizados, entre 2,5 vezes e 3,5 vezes na relação Dívida Líquida/Ebitda.

“A orientação do capex para 2025 estava amplamente alinhada com as estimativas do banco, mas nossa impressão é que a orientação do custo de produção ficou aquém das expectativas dos investidores (o recente investimento de R$1,2 bilhão em Caetê foi suficiente apenas para compensar a inflação), pois nossas conversas sugerem que alguns esperavam um declínio nominal do custo”, dizem Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques.

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O Goldman Sachs também vê risco para o guidance com um real mais fraco, que deve ser compensado pelo efeito positivo no lucro. A gerência da Klabin também observou que o Projeto Figueira aumenta a produção conforme o planejado e a empresa deve se aproveitar de um ambiente favorável, pois a demanda no Brasil continua a crescer.

“A produção de papel deve crescer em 200 mil toneladas até 2025. Mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 20 para os próximos 12 meses”. Este valor representa uma queda potencial de 13% para a Unit da Klabin.

Hora de colher o plantio, segundo a Genial

Para a Genial Investimentosos principais pontos do Investor Day ficaram por conta do:

  1. foco em fibra longa e fluff como portfólio estratégico;
  2. forte ênfase na desalavancagem e na geração de fluxo de caixa livre (FCF) com atualizações de políticas anunciadas no Projeto Plateau no final de outubro, trazendo mais segurança na alocação de capital consciente;
  3. momento favorável, com a conclusão de grandes projetos e boas perspectivas de preços e crescimento de mercado;
  4. posicionamento competitivo da companhia considerando o COGS/t, sem impactos negativos com o movimento de alta na taxa de câmbio USD/BRL (efeito neutro nos custos).

Segundo a casa, muito investidores institucionais criticam a Klabin por sua baixa rentabilidade no fluxo de caixa livre (FCFE), decorrente de:

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  1. altos níveis de endividamento (Dívida Líq./EBITDA em 3,9x);
  2. CAPEX substancial (R$3,3b ou 45% do EBITDA);
  3. custos associados à integração vertical (celulose com papel)

Apesar de manter um rating de compra (preço-alvo de R$ 27) devido ao potencial de crescimento, reconhecemos que essas preocupações normalmente dissuadiam alguns investidores de assumir posições compradas.

“Mesmo com essas questões, vemos a Klabin progredindo nessas frentes e está começando a colher os benefícios de seus investimentos em crescimento, incluindo: (i) uma mudança na produção de MP28 para papel-cartão, que deverá aumentar os preços devido ao seu maior valor agregado, com homologação de LPB planejada para ser finalizada no 1T25; (ii) a conclusão do ramp-up da MP27 e MP28 até 2025; e (iii) um melhor mix de vendas com mais opções de caixas de papelão ondulado por meio do Projeto Figueira”, vê Igor Guedes Luca Vello, Isabelle Casaca e Iago Souza.

A redução da alavancagem da Klabin para a XP

Presente no Klabin Day, os analistas da XP Investimentos têm visão e perspectivas parecidas com as outras casas.

“Reiteramos nossa recomendação de compra (preço-alvo de R$ 27 e potencial de alta de 17,14%) para a Klabin, com a desalavancagem como um dos principais pilares que sustentam nossa tese de investimento na empresa. Embora tanto o capex quanto o guidance de custos tenham ficado em grande parte alinhados com nossas estimativas, acolhemos a estratégia da empresa de focar em sua vantagem competitiva em fibra longa, assim como na redução da alavancagem nos próximos anos, com a desalavancagem sendo um pilar chave da nossa tese de investimento”, comentam Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.