Commodities

‘La Niña pode pesar’: O panorama e os obstáculos da safra 2024/2025 de cana-de-açúcar

18 abr 2024, 12:50 - atualizado em 18 abr 2024, 14:29
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Caso o La Niña traga um inverno mais rigoroso ao Brasil, esse pode ser mais um problema para a nova safra de cana-de-açúcar (Imagem: Reuters/Rajendra Jadhav)

A safra 2024/2025 de cana-de-açúcar no Brasil deu sua largada já neste mês de abril, e o novo ciclo que se estende até março de 2025 promete alguns desafios diferentes na comparação com a última temporada.

A StoneX projeta uma moagem de 602,2 milhões de toneladas no novo ciclo, com a menor produtividade, que deve recuar 8,66%, sendo um dos principais distinções na comparação com o último ciclo. Em 23/24, a moagem ficou em 659,3 milhões de toneladas.

De acordo com Marcelo Bonifácio, analista da consultoria, a queda se deve por dois fatores: o encurtamento da entressafra, que é essencial para o desenvolvimento dos canaviais, e as menores chuvas, que ficaram 20% abaixo da média nas áreas do Centro-Sul.

“A safra 2023/24 durou mais tempo do que o normal, com algumas usinas operando por exemplo até o início de dezembro. Contudo, o clima mais seco deve propiciar um ATR maior, ajudando na recuperação de sacarose”, explica. 

Mix da safra deve seguir ‘açúcareiro’, com impulso para o etanol

Somado a esse cenário de maior ATR (Açúcar Total Recuperável), o mix açucareiro deve crescer para 52% segundo a StoneX, fazendo com que a produção de açúcar não sofra tanto com a quebra de moagem, podendo ficar apenas ligeiramente abaixo de 2023/24.

“Esse cenário de quebra na cana e mix mais açucareiro (influenciado pelos preços muito mais atrativos em Nova Iorque no comparativo com o etanol no mercado doméstico) deve sim ser um forte propulsor para os preços de etanol do lado da oferta”, avalia Bonifácio. 

Do lado da demanda, a paridade ainda permanece em patamares atrativos para o consumo de hidratado nas bombas, o que já tem sido refletido nos números. “Então, de fato, oferta e demanda são altistas para o etanol neste ano”, pontua. 

Clima seco pelo La Niña deve ser um desafio para cana-de-açúcar

O especialista destaca que os fatores de atenção vão ser, em primeiro lugar, a produtividade nos primeiros três meses da safra, que podem dar pistas para o resultado final de 2024/25.

“O clima seco nos últimos meses já é um fator que prejudica a moagem daqui para frente. Entretanto, se o La Niña trouxer um inverno mais rigoroso neste ano, por exemplo, algo que não é 100% garantido, mas é ventilado, pode ser um problema a partir de julho – então, é um ponto de atenção”, discorre. 

“Por fim, a duração da safra será muito importante em 2024/25, porque ela deve ser menor no comparativo com 2023/24, podendo diminuir a oferta de açúcar e etanol no último trimestre do ano”, complementa. 

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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