Carros elétricos

Lançamentos, vendas e o diferencial: Os planos da GWM para seguir sua expansão no Brasil

12 mar 2024, 13:29 - atualizado em 12 mar 2024, 17:00
gwm carros elétricos
A GWM destaca que uma nova leva de veículos eletrificados deve chegar ao Brasil vindo da China até o final de 2024 (Foto: GWM)

Não é só a BYD, montadora chinesa de carros elétricos e que desembarcou em 2013 no Brasil, que tem planos ousados de expansão e crescimento no país.

A GWM, também da China, e que chegou aqui no país em março de 2023, tem a intenção de crescer de forma acelerada em terras tupiniquins, apesar do pouco tempo.

O Money Times conversou com Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM e presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), para entender um pouco mais dos planos da companhia.

Vale destacar que a empresa foi segunda que mais emplacou carros elétricos no país em fevereiro passado, com 1284 veículos, atrás apenas da “irmã” BYD com 5305 carros.

Os planos da GWM no Brasil

A empresa, que foca em híbridos e elétricos, conta com cinco veículos já disponíveis no país (duas versões do Ora e três versões da Haval). A ideia da GWM é comercializar 31 mil veículos no Brasil em 2024, salto de 170% frente às 11.479 unidades de 2023. Fora isso, a companhia espera crescer 70% em pontos de venda, passando de 70 para 120.

Além disso, a companhia quer inaugurar uma fábrica em Iracemápolis (SP). A princípio, a planta fabril seria inaugurada em maio, o que teve de ser adiado para o segundo semestre.

O adiamento se deve ao aumento dos impostos de importação e o lançamento do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.

“Para nós, foi mais interessante adiantar o projeto de SUV híbrido, da linha Haval, e a picape, que seria lançada neste primeiro semestre, foi adiada para outro momento, ainda neste ano. Isso nos dá mais segurança em termos de volume, por ser um modelo que já estamos operando”, diz Bastos.

O Brasil é o quarto país onde a GWM planeja ter operações de produções, sendo que a empresa já atua dessa forma na China, Rússia e Tailândia.

“Esse é o primeiro país que começamos a operar no Ocidente, com o projeto de internacionalizar a GWM. O projeto brasileiro nasce com maior independência em relação ao tipo de produto na China, vamos implementar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para termos uma inteligência bem robusta por aqui, ainda em 2024, desenvolvendo veículos para a América Latina”, completa.

A empresa também está estabelecida no México, com a operação ligada ao Brasil. “Aqui é o nosso ‘quartel general’ quando falamos na nossa operação nas Américas”, destaca o executivo.

Os investimentos prometidos e o diferencial na descarbonização

Bastos explica que o projeto de descarbonização da empresa no Brasil é 100% de veículos eletrificados, com o “diferencial” vindo a partir de outro combustível.

“Não vamos ter veículos à combustão puro por aqui, sempre híbridos, híbridos plug-ins, elétricos ou movidos à hidrogênio. O hidrogênio está mais ligado a caminhões, já temos eles em uso na região de Pequim. O hidrogênio conta com o gargalo de abastecimento. Queremos trazer esses caminhões para teste no Brasil ainda neste ano”.

Em entrevista ao Você S/A, Ricardo Mussa, presidente da Raízen (RAIZ4), que controla os postos Shell no Brasil, destacou que veículo mais eficiente usa o motor elétrico com a energia armazenada em formato líquido, movido a hidrogênio. Quando questionado sobre o tema, Bastos destacou o potencial desse ativo.

“Vemos o hidrogênio como uma grande fonte de energia pela possibilidade de extração por fontes renováveis, pensando na nossa matriz energética. E no caso desse ativo, você pode produzir de fontes verdes, ainda que existam os gargalos da produção e dos veículos que serão abastecidos com esse combustível. Eu vejo, no futuro próximo, o hidrogênio tendo um papel fundamental e podemos se tornar um grande exportador desse ativo, assim como de veículos movidos a ele”, avalia.

Graças a uma parceria entre as empresas, os clientes da GWM que adquiriram o Ora, podem abastecer na rede da Shell em 2024 de forma gratuita.

“A energia desses veículos foi paga por nós. Estamos dando segurança ao consumidor, em termos de energia, para aqueles que estão investindo em carregadores”, afirma.

Já o plano de investimentos da GWM no Brasil é de R$ 4 bilhões até 2026 e outros R$ 6 milhões após isso, totalizando R$ 10 bilhões. “Esse valor adicional ainda precisa ser ratificados com a nossa matriz sobre o destino”, pontua.

Por fim, entre os diferenciais para a BYD, Bastos ressalta que a empresa volta mais suas atenções para o segmento de SUVs médios e grandes, focando mais nos híbridos e híbridos plug-ins. “Devemos ver uma nova linha de produtos eletrificados vindo para o Brasil da China”, finaliza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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