Setor Elétrico

Leilão de linhas de transmissão vai testar apetite de investidor

11 nov 2020, 14:32 - atualizado em 11 nov 2020, 14:32
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Essa é a melhor contribuição que o setor elétrico pode oferecer à recuperação econômica (Imagem; Reuters/Paulo Whitaker)

O próximo leilão de linhas de transmissão de energia será o primeiro grande teste do interesse de investidores no programa de concessões do país desde o início da pandemia, segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Em entrevista recente, André Pepitone disse que o leilão agendado para 17 de dezembro deve gerar R $ 7,4 bilhões em investimentos em infraestrutura e já atraiu o mesmo nível de atenção no exterior como o processo de licitações do ano passado, quando empresas de nove países participaram.

Neste ano, a Aneel quer trazer ainda mais participantes para compensar a crise econômica causada pelo coronavírus. A competição acirrada, disse Pepitone, pode significar tarifas mais baixas para os consumidores mais afetados quando as linhas ajustadas operando.

“Essa é a melhor contribuição que o setor elétrico pode oferecer à recuperação econômica”, disse por telefone.

O governo vai conceder licenças para a construção e operação de quase 2 mil milhas de linhas de transmissão em todo o país, de São Paulo à região Amazônica. 

Embora nenhuma delas deva cobrir o Amapá, que enfrenta um prolongado apagão, os leilões devem fornecer mais segurança na transmissão de energia e evitar apagões como o que está ocorrendo atualmente, segundo a Aneel.

Presença chinesa

A agência não busca apenas atrair novos investidores, mas também espera forte participação de empresas domésticas, além de grupos da China e da Espanha, que já têm forte presença no país. Pepitone descartou temores de que os recentes comentários hostis do presidente Jair Bolsonaro e integrantes do governo contra Pequim reduzir o apetite de gigantes como uma rede estadual.

“Aqui não olhamos os passaportes dos investidores, apenas queremos que eles venham”, disse Pepitone.

Como a Covid-19 adiou vários planos de concessão do governo, o sucesso da rodada de licitações será fundamental, já que uma expectativa da Aneel é atrair R $ 88 bilhões em investimentos em transmissão e geração de energia com leilões até o fim de 2022.

Embora um forte alta do dólar neste ano possa dar vantagem aos estrangeiros no leilão do próximo mês, Pepitone disse que as empresas também estão capitalizadas graças às linhas de crédito disponibilizadas durante uma pandemia.

O Brasil apresenta uma das maiores oportunidades globais para projetos de linhas de energia greenfield, disse Pepitone. 

As regras do leilão não foram alteradas em relação aos anos anteriores: vence quem oferecer o maior desconto para a vantagem do investimento proposto. 

Não há ganhos fiscais imediatos para o governo, pois as empresas não precisam pagar a outorga à vista, mas devem assumir pela construção e manutenção da infraestrutura.

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