Pecuária de corte

Lentidão das pastagens anulará vendas sazonais mais fracas dos frigoríficos

04 jan 2021, 17:02 - atualizado em 04 jan 2021, 17:19
Pastos folgados para engorda de gado ainda para o final de fevereiro

A reposição da carne bovina no atacado e varejo, pós festas, tem como aliada mais forte, para o pecuarista, a pouca oferta de animais de pasto este mês nos centros mais participativos do rebanho brasileiro no Centro-Oeste e Sudeste.

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O boi está com boas possibilidades de recuperar parte das perdas de final de novembro a dezembro, mesmo ante um janeiro que, sazonalmente, as vendas internas e externas costumam ser mais fracas.

Na Alta Noroeste Paulista, as chuvas deram um avanço nos últimos dias, mas ainda não recupera a seca e o calor de antes. Na fazenda de Luiziânia, Francisco Brandão ainda está tendo que “bambear” pastos, tirando animais.

“Mesmo com suplementação é difícil fazer boi ganhar peso, de modo que estou vendo 60 dias para engordar”, diz Brandão, vice-presidente do Sindicato Rural de Alta Noroeste (Siran).

Em Barretos, mais ao Norte paulista, a mesma coisa. “Já está faltando boi, tanto que os preços estão reagindo com oferta acima, de até R$ 275”, explica Juca Alves.

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Essa situação, que vai perdurar mais uns dois meses – “está melhorando, mas a recomposição é lenta depois de tanta seca” -, vai fazer também com que o produtor com oferta leve animal para cocho, tirando das vendas.

Ajudará a pressionar preços maiores nos frigoríficos.

Nas regiões do Vale do Araguaia goiano e mato-grossense a realidade é a mesma. No lado goiano, Marcelo Marcondes, da Nelore Marcondes, viu chuva boa só esta noite. Em novembro e dezembro, apenas 40 milímetros.

“A maioria das fazendas está no chão” (sem pasto), afirma o produtor, complementando com a expectativa de que, quem puder, deverá confinar ou vender para confinamento.

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Resultado da oferta vazia na região é a observação de plantas do JBS (JBSS3) vazias.

Do outro lado da fronteira estadual do Araguaia, nas redondezas de Canarana, o produtor Marcos Jacinto não está observando condições melhores Mato Grosso. Mais a Oeste, “chega a faltar água para o gado”.

No geral, os pastos estão “saindo” devagar, pelas mesmas razões apontadas pelo vice do Siran está registrando em São Paulo.

No vizinho do Sul, o produtor de Aquidauna, Frederico Stella, o cenário está pouco menos pressionado para os frigoríficos. “Já tem alguma coisa (boi) saindo, mas ainda levará um pouco mais de tempo para volumes maiores”, avalia o ex-presidente do Sindicato Rural local e atualmente diretor da Famasul.

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Às voltas com lagartas nos pastos, o que implica em gastos de controle, Stella tem visto cotações em R$ 260 a @.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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