Líderes europeus se juntarão a Zelensky em encontro com Trump em Washington

Líderes europeus, incluindo representantes da Alemanha, França e Reino Unido, se juntarão ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, disseram fontes neste domingo (17), em uma tentativa de reforçar a posição ucraniana enquanto Trump pressiona por um acordo de paz.
Trump busca convencer Zelensky a aceitar um acordo após se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, e afirmou neste domingo em rede social que espera “grande progresso em relação à Rússia”, sem detalhar o que isso implicaria.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou que Trump observou avanços suficientes para justificar a reunião com Zelensky e os líderes europeus na segunda-feira, mas ressaltou que tanto Rússia quanto Ucrânia precisarão ceder em certos pontos.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, organizaram uma reunião neste domingo para fortalecer a posição de Zelensky, buscando garantias de segurança robustas para a Ucrânia, incluindo papel ativo dos EUA.
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Segundo fontes, durante a cúpula EUA-Rússia na sexta-feira (15), os líderes discutiram propostas que incluíam a renúncia de territórios ocupados pela Rússia em troca de Kiev ceder uma faixa de terra fortificada no leste e congelar linhas de frente em outras regiões.
Algumas exigências de Putin seriam difíceis de aceitar para a Ucrânia, preparando o terreno para negociações tensas sobre o fim da guerra mais letal da Europa em 80 anos, que já dura três anos e meio e deixou mais de 1 milhão de mortos ou feridos.
Os aliados europeus querem garantir que Zelensky evite repetir o que ocorreu em sua última visita ao Salão Oval, em fevereiro, considerada desastrosa, quando Trump e o vice-presidente JD Vance criticaram publicamente o líder ucraniano, acusando-o de ser ingrato e desrespeitoso.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também viajará para Washington, junto com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb — que já participou de partidas de golfe com Trump neste ano — e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, apoiadora de muitas políticas do republicano.
“É importante que Washington esteja conosco”, afirmou Zelensky, ao lado de Von der Leyen em Bruxelas, acrescentando que as linhas de frente atuais devem servir como base para negociações de paz. “Putin não quer parar a matança, mas deve fazê-lo.”
Von der Leyen afirmou que os aliados da Ucrânia buscam garantias de segurança robustas, sem restrições para as Forças Armadas ucranianas, e desejam que Kiev tenha assento nas negociações sobre seu território.
As potências europeias também querem organizar uma reunião trilateral entre Trump, Putin e Zelensky para garantir que a Ucrânia tenha voz ativa no futuro do país.
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Em entrevista à CBS, Rubio afirmou que tanto Rússia quanto Ucrânia terão de ceder em negociações de paz, e que as garantias de segurança para a Ucrânia serão discutidas na segunda-feira. “Não estou dizendo que estamos à beira de um acordo de paz, mas vimos progresso suficiente para justificar a reunião com Zelensky e os europeus e dedicar mais tempo a isso”, disse. Ele acrescentou que os EUA podem não conseguir criar um cenário capaz de encerrar a guerra.
Putin informou sobre as negociações ao presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, e também conversou com o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev.
Trump afirmou na sexta-feira que a Ucrânia deveria buscar um acordo porque “a Rússia é uma potência muito grande, e eles não são”. Após a cúpula, telefonou para Zelensky dizendo que Putin ofereceu congelar a maioria das linhas de frente se a Ucrânia cedesse Donetsk, importante região industrial. Zelensky rejeitou a exigência.
Atualmente, a Rússia controla 20% da Ucrânia, incluindo cerca de 75% da província de Donetsk, ocupada desde 2014. Trump também afirmou concordar com Putin que o acordo de paz deve ser buscado sem um cessar-fogo prévio, exigido pela Ucrânia e seus aliados europeus, invertendo sua posição declarada antes da cúpula, quando disse que só aceitaria um cessar-fogo.