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Limites de posição expandidos para grãos em Chicago apontam para volatilidade

15 mar 2021, 13:53 - atualizado em 15 mar 2021, 13:53
Grãos de soja
Se você olhar o preço das ações em relação às commodities, estamos extremamente desvalorizados (Imagem: REUTERS/ Jose Roberto Gomes)

A expansão dos limites de posições especulativas para contratos futuros agrícolas, que passam a vigorar a partir desta segunda-feira, pode eventualmente aumentar a volatilidade das negociações, já que os fundos de commodities poderiam fazer apostas maiores na direção do mercado, disseram analistas.

A operadora de bolsa de futuros CME Group, controladora da bolsa de Chicago, está expandindo os limites de posição em trigo, milho, soja e outras commodities, seguindo uma regra publicada em janeiro pelo regulador de futuros dos EUA, a Commodity Futures Trading Commission.

A mudança ocorre em um momento em que os fundos de commodities mantêm grandes posições líquidas compradas nos futuros de milho e soja da CBOT, normalmente um sinal de que os fundos esperam que os preços subam.

Ambos os mercados atingiram máximas em vários anos nos últimos meses, em resposta ao aperto na oferta global de grãos.

As novas regras irão praticamente dobrar o número de contratos que os especuladores podem deter no “spot” (primeiro vencimento), ao mesmo tempo em que aumentará os limites para as posições mantidas em todos os meses de contrato combinados.

“A expectativa é que limites de posição mais altos levem a maior volatilidade, talvez com maiores máximas e menores mínimas nos próximos meses”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da corretora StoneX, em nota a clientes. Com um pacote de estímulo de 1,9 trilhão de dólares nos EUA em um cenário de política monetária frouxa, alguns analistas esperam que a inflação suba, um desenvolvimento que pode direcionar os investidores para as commodities.

“Tenho conversado com pessoas neste setor (com quem) não falo desde 2010 e 2011, que agora estão voltando e vendo nosso espaço como atraente”, disse Dan Basse, presidente da AgResource Co. com sede em Chicago.

“Se você olhar o preço das ações em relação às commodities, estamos extremamente desvalorizados”, disse Basse.

“Nossos mercados estão ficando maiores. Acho que isso levará a mais volatilidade, mas talvez, o mais importante, a níveis de preços mais altos, e o aperto na oferta e nos estoques faz isso por si só”, disse Basse.

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