Relações Internacionais

Livre comércio: Como funciona o acordo do Mercosul e União Europeia?

09 dez 2024, 15:53 - atualizado em 09 dez 2024, 15:53
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(Foto: Reprodução / ricardostuckert)

Os líderes dos países que compõe o Mercosul e da União Europeia anunciaram um acordo de livre comércio entre os blocos econômicos. Após 25 anos de negociações, o acordo foi aprovado na última sexta (6), durante a cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai.

“Ambos blocos estão determinados para conduzir tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo”, afirma o documento que anunciou o acordo.

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O acordo chega em um momento de tendência ao protecionismo e ao unilateralismo diante das crescentes tensões mundiais.

De acordo com Fernanda Brandão, coordenadora de Relações Internacionais da Faculdade Mackenzie Rio, a assinatura do acordo cria para os dois blocos a oportunidade de expandir o acesso a outros mercados e reduzir a dependência econômica direta dos EUA.

Além disso, a coordenadora afirma que acordo mostra o compromisso e a expectativa da UE e do Mercosul com negociações no âmbito multilateral. “O acordo aumenta o acesso ao mercado do Mercosul para os bens e produtos europeus e, em contrapartida, favorece o acesso ao mercado europeu para bens e produtos oriundos do Mercosul”.

Brandão explica que isso pode representar uma maior cartela de bens e produtos disponíveis para consumo para a população dos países da UE e do Mercosul e preços mais baixos diante da maior competição com bens estrangeiros.

“O processo de redução das tarifas de importação será feito de forma progressiva ao longo de 10 anos e deve cobrir em torno de 90% dos bens totais produzidos por cada bloco”, destaca.

Quais setores serão destaque com o acordo?

Segundo Brandão, os setores mais competitivos de cada bloco serão os principais beneficiados em um primeiro momento. “Produtores agrícolas de países europeus e alguns setores industriais e pequenos produtores nos países do Mercosul temem os efeitos da competição ampliada”, explicou a coordenadora.

Os produtores rurais da Europa, sobretudo na França, têm se manifestado de forma enfaticamente contrária ao acordo. Apesar disso, a eliminação progressiva das tarifas de importação tem como objetivo a adaptação dos setores produtivos de cada bloco ao processo de maior abertura dos mercados.
“Um dos principais interesses para os países do Mercosul é a integração das suas indústrias às cadeias produtivas globais, o que traria maior dinamismo e desenvolvimento para o setor industrial desses países”, explicou.

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Estagiária de Redação
Estudante da área de comunicação, cursando Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Ingressou no Money Times em 2024 como estagiária.
marcela.malafaia@moneytimes.com.br
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