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Lojas Americanas e B2W: potencial fusão é a surpresa que os analistas estavam esperando

22 fev 2021, 17:15 - atualizado em 22 fev 2021, 17:35
B2W
A B2W e a Lojas Americanas anunciaram na sexta-feira que que vão criar comitês especiais independentes para avaliarem uma combinação de suas operações (Imagem: B2W/Linkedin)

O anúncio de uma potencial combinação de negócios entre Lojas Americanas (LAME4) e sua controlada B2W (BTOW3), ainda que muito esperado pelos analistas, pegou o BTG Pactual (BPAC11) e o Safra de surpresa.

As companhias anunciaram na sexta-feira que vão criar comitês especiais independentes para avaliarem uma combinação de suas operações, levando à criação do Universo Americanas.

Apesar das poucas informações apresentadas ao mercado, os analistas defenderam que a fusão das duas companhias criará um valor significativo no lado operacional e um player poderoso no mercado do e-commerce.

O Safra destacou que a estratégia de integralizar as operações, presente desde 2017 nos planos da Lojas Americanas e da B2W, pode se beneficiar com a fusão. A adoção do online to offline (O2O, na sigla em inglês), somada à plataforma de logística e distribuição LET’s e às ferramentas digitais e financeiras IF e Ame Digital, representa um grande passo para o Universo Americanas em direção a essa estratégia.

“Nossa opinião é de que o modelo totalmente integrado faz muito sentido e também ajuda a eliminar problemas de governança”, afirmaram os analistas Guilherme Assis e Felipe Reboredo, em relatório divulgado pela instituição nesta segunda.

Ainda não se sabe de que maneira a combinação vai acontecer e quanto de sinergia representará criação de valor aos acionistas. No entanto, os analistas veem inúmeros pontos positivos no movimento. Na lista do BTG, os fatores que se destacam são: construção de uma operação multicanal; banco de dados integrado; estoque totalmente integrado; e capacidade de exploração de mais oportunidades no negócio de publicidade devido à grande base de tráfego.

“Também elimina a sobrecarga sobre qual empresa controla futuras aquisições ou divisões criadas (como foi o caso da Ame Digital em 2019)”, acrescentaram Luiz Guanais, Gabriel Savi, Victor Rogatis e Ricardo Cavalieri, do time de análise do banco.

Nível de desconto menor

Lojas Americanas LAME4
A principal vantagem da combinação de negócios com a B2W para a Lojas Americanas está justamente na precificação do papel (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)

Na avaliação da XP Investimentos, a potencial combinação de negócios reforça seu argumento de que o Universo Americanas é totalmente comparável aos grandes players de e-commerce listados na Bolsa, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3). Com isso, pode-se esperar que o nível de desconto em múltiplo EV/GMV (valor da empresa sobre volume bruto de mercadorias) da ação comece a diminuir.

“Nós vemos a potencial transação como positiva, pois não apenas deve garantir uma melhor gestão estratégica da nova companhia como também deve permitir uma precificação mais justa das ações”, disseram os analistas Daniella Eiger, Thiago Suedt e Marco Nardini.

A transação traria benefícios tanto para a B2W quanto para a Lojas Americanas. Da parte da B2W, a nova companhia simplificaria as operações, teria lucro e geraria caixa. Para a Lojas Americanas, a vantagem está justamente na precificação do papel.

A XP reiterou a compra das ações da B2W e da Lojas Americanas, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 121 e R$ 36. A Lojas Americanas é, inclusive, a preferência da corretora no setor de varejo.

O Safra recomendou aos investidores continuarem com a ação da B2W, ao menos até que o acordo e as potenciais sinergias operacionais e financeiras ganhem forma mais definível. A instituição manteve a recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) para ambos os ativos, sendo R$ 100 o preço-alvo da B2W e R$ 34 o preço-alvo da Lojas Americanas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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