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Luiza Trajano, do Magalu (MGLU3), engrossa discurso contra varejistas asiáticas; ‘pagar barato tira empregos’

30 mar 2023, 13:32 - atualizado em 30 mar 2023, 13:32
lu magalu magazine luiza mglu3
Luiza Trajano critica varejistas estrangeiras não pagarem os mesmos impostos que as brasileiras (Imagem: Reprodução/YouTube)

As varejistas asiáticas estão sendo uma pedra no sapato das brasileiras, inclusive no Magazine Luiza (MGLU3). Em participação no South Summit Brazil, a empresária Luiza Helena Trajano afirmou que “não tem jeito de competir se você paga 37% de imposto e o outro não paga”.

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Sem se referir à nenhuma varejista em específico, o comentário foi a resposta quando questionada sobre como reagir à chegada de várias concorrentes chinesas no Brasil. Trajano disse ainda que “não pagar imposto é o negócio da China“.

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Segundo a empresária, o Instituto para o Desenvolvimento de Varejo (DIV), que reúne os principais varejos do Brasil, já está de olho na questão.

O IDV pretende reivindicar os mesmos direitos que as varejistas estrangeiras. “Nós não queremos pagar imposto porque eles não pagam. Queremos ter a mesma vantagem que o outro tem”, afirmou Trajano.

Ainda, Trajano explicou que o Instituto pretende trabalhar a conscientização do consumidor, para compreender que ao pagar barato, tira empregos no Brasil. A empresária destacou que não é contra as varejistas asiáticas, contudo, que devem atuar nas mesmas regras que as demais.

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Luciano Hang concorda com Trajano

Não é apenas Luiza Trajano que está incomodada com como as varejistas estrangeiras estão atuando no país.

Luciano Hang, CEO da Havan, convidou o presidente da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, para conhecer as instalações da companhia em Santa Catarina no início deste mês, segundo a coluna de Guilherme Seto, no jornal A Folha de São Paulo.

No encontro, o CEO da Havan apontou que plataformas internacionais estão dizimando pequenas, médias e grandes varejistas brasileiras sem pagar impostos, e pediu ajuda para combater este cenário.

As críticas foram direcionadas para as gigantes chinesas, Shein AliExpress, bem como para a singapurense, Shopee e a estadunidense, Wish.

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De acordo com o material entregue por Hang e que a coluna teve acesso, apenas em impostos, as varejistas internacionais digitais farão com que o Brasil deixe de arrecadar mais de R$ 60 bilhões em 2022, e ultrapassará R$ 100 bilhões, já em 2023.

Governo Lula quer taxas varejistas estrangeiras

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional estudam cobrar impostos de mercadorias importadas de sites estrangeiros de e-commerce, como a Shein e o Aliexpress, além da própria Shopee. O objetivo é inibir a concorrência de produtos provenientes da China e, assim, estimular as vendas das varejistas brasileiras.

De acordo com reportagem publicada em 25 de março pelo O Estado de S.Paulo, Lula pretende incluir a taxação dos sites chineses na reforma tributária em discussão no Congresso. Segundo o Estadão, uma alternativa seria estabelecer a cobrança do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) sobre as vendas dos e-commerces chineses.

O jornal afirma, contudo, que a medida não agrada às varejistas brasileiras. Isso porque prevê a transição do sistema tributário atual para o IVA tende a ser gradual e que pode durar até 2031. As empresas nacionais querem uma resposta mais rápida ao problema, e defendem a cobrança do Imposto de Importação sobre os produtos estrangeiros.

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Ao Estadão, o presidente da Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo, deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) afirmou que o Brasil já recebe mais de 500 mil pacotes com produtos chineses por dia.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.