Política

Lula avalia que prisão de Bolsonaro não afeta relação com Trump e se diz preocupado com aparato militar dos EUA no Caribe

23 nov 2025, 11:32 - atualizado em 23 nov 2025, 11:32
lula trump bolsonaro
(Foto: Reuters/Esa Alexander)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo (23) acreditar que a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não vai afetar a relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que pretende abordar com o líder norte-americano sua preocupação com o aumento do aparato militar dos EUA no Mar do Caribe.

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Bolsonaro foi preso na manhã de sábado pela Polícia Federal após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinar prisão preventiva “motivada por novos elementos que indicam risco concreto de fuga e ameaça à ordem pública”.

“Eu não faço comentário sobre uma decisão da Suprema Corte. A Justiça tomou uma decisão. Ele foi julgado, teve todo o direito à presunção de inocência. Foram praticamente dois anos e meio de investigação, de delação, de julgamento. A Justiça decidiu, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou e todo mundo sabe o que ele fez”, afirmou Lula em entrevista coletiva em Johanesburgo após reunião do G20.

Ao saber da prisão, Trump disse no sábado que “é uma pena”. O presidente norte-americano, que era amigo de Bolsonaro quando ambos estavam no poder, impôs sanções a Alexandre de Moraes, responsável pelo caso de Bolsonaro, e uma tarifa de 50% sobre as importações norte-americanas de diversos produtos brasileiros, que começou a ser revogada neste mês.

Questionado sobre se a prisão poderia causar um retrocesso na relação com Trump, Lula afirmou: “Acho que não tem nada a ver. Trump tem que saber que somos um país soberano, que a nossa Justiça decide e o que se decide aqui está decidido”.

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O presidente brasileiro disse que irá abordar com Trump sua preocupação com o crescente aparato militar dos Estados Unidos no Caribe. As forças dos EUA na região têm se concentrado em operações antidrogas em meio ao agravamento das relações com a Venezuela. Desde setembro, tropas norte-americanas realizaram pelo menos 21 ataques a supostas embarcações de drogas, matando ao menos 83 pessoas, a maioria no Caribe, embora embarcações no Oceano Pacífico também tenham sido alvo.

Segundo quatro autoridades dos EUA disseram à Reuters no sábado, os EUA vão lançar uma nova fase de operações relacionadas à Venezuela nos próximos dias.

“Me preocupa muito o aparato militar que os EUA colocaram no mar do Caribe. E eu pretendo conversar com o presidente Trump sobre isso porque está me preocupando. O Brasil tem responsabilidade na América do Sul”, disse Lula.

G20 e COP30

Lula afirmou ainda que a cúpula do Grupo dos 20 na África do Sul e a cúpula climática COP30 no Brasil mostraram que o multilateralismo está bem vivo, apesar da ausência dos EUA nos dois eventos.

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Líderes mundiais reunidos em Joanesburgo adotaram no sábado uma declaração abordando a crise climática e outros desafios globais, sem a participação norte-americana.

“Os Estados Unidos não estavam presentes, portanto não sabemos que ele concordou ou não…(Trump) está tentando fazer uma pregação prática do fim do multilateralismo, e eu acho que vai vencer o multilateralismo. Todo mundo aqui sabe que juntos nós seremos muito mais fortes, muito mais competentes e temos mais facilidade de resolver os problemas do mundo”, disse ele, acrescentando que assinará acordo comercial do Mercosul com a União Europeia em 20 de dezembro.

Lula afirmou que estava satisfeito com o resultado dos dois eventos e que agora as decisões tomadas na cúpula do G20 precisam ser colocadas em prática.

A COP30 foi encerrada em Belém no sábado com um acordo climático que aumenta o financiamento para as nações pobres que estão lidando com o aquecimento global, mas que omite qualquer menção aos combustíveis fósseis, cuja redução gradual era defendida por Lula.

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“Eu sabia que era difícil…o que nós quisemos, e conseguimos, foi começar um debate sobre uma coisa que todo mundo sabe que tem acontecer”, disse o presidente.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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