Lula lidera com 38% em cenários eleitorais, diz Ipsos-Ipec; Flávio Bolsonaro tem 19%
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve tentar a reeleição no próximo ano, lidera com 38% em quatro cenários eleitorais de uma pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta terça-feira (9), sendo que o adversário com melhor desempenho é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 23%, e o candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Flávio, aparece com 19%.
No cenário que tem o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), tem 9%, seguido pelos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), com 7%, e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), com 5%.
O governador que se sai melhor é o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que aparece com 17% num cenário em que não há candidatos com o sobrenome Bolsonaro.
No cenário em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparece na disputa, ele tem 18% das intenções de voto.
“Lula aparece com um piso consistente de 38% independentemente do adversário. Os nomes da direita próximos ao ex-presidente performam em patamar similar, o que sugere que a definição do candidato tende a reorganizar votos dentro do mesmo campo, mais do que ampliar o alcance atual. Há espaço para movimentos, mas o ponto de partida da disputa não se altera”, disse Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec, em release da pesquisa.
O levantamento ouviu 2.000 pessoas entre os dias 4 e 8 de dezembro, em 131 municípios do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Avaliação do governo
A pesquisa Ipsos-Ipec também apontou uma interrupção na melhora que o governo Lula vinha tendo na avaliação, mas com variações estreitas ainda dentro da margem de erro, em sua maior parte com oscilações negativas para o governo.
Segundo o levantamento, 30% dos entrevistados avaliaram a gestão Lula como “ótima/boa”, repetindo a mesma parcela da rodada de setembro. Mas os que avaliam o governo como “ruim” ou “péssimo” são 40% agora, ante 38% há três meses. Aqueles que consideram o governo “regular” passaram para 29%, ante 31% da última vez.
A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Lula segue bem avaliado nas fatias do eleitorado onde tradicionalmente acumula maior popularidade. Ele se sai melhor entre quem declarou ter votado nele, entre os nordestinos, os menos escolarizados, quem tem renda familiar mensal de até 1 salário mínimo e os católicos.
Seu desempenho é pior entre quem afirma ter votado em Jair Bolsonaro, moradores da região Sul, os que possuem renda mensal familiar de mais de 2 a 5 salários mínimos e evangélicos.
Os entrevistados também avaliaram a maneira de governar de Lula. A aprovação foi para 42%, ante 44% em setembro, enquanto a desaprovação oscilou para 52%, de 51%.
Os patamares de confiança e desconfiança em relação ao presidente se mantiveram praticamente inalterados.
Segundo a sondagem, 56% não confiam em Lula, mesma parcela de setembro, enquanto 40% confiam (ante 41%).
O quadro geral da avaliação, aprovação e confiança em Lula seguiu basicamente o mesmo, apesar da melhora na percepção da economia.
Perguntados sobre a situação econômica do país nos últimos seis meses, 30% avaliaram que está melhor (eram 23% em setembro), enquanto 38% acham que está pior (eram 49%). Para 30% está igual (eram 26%).