Economia

Lula diz que vai lançar pacote com crédito de R$30 bi para empresas afetadas por tarifaço

12 ago 2025, 19:10 - atualizado em 12 ago 2025, 19:10
Lula concede entrevista exclusiva à Reuters no Palácio da Alvorada 06/08/2025 REUTERS/Adriano Machado
Lula concede entrevista exclusiva à Reuters no Palácio da Alvorada 06/08/2025 REUTERS/Adriano Machado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que vai assinar na quarta-feira (13) uma medida provisória com linha de crédito de R$ 30 bilhões para ajudar empresas exportadoras afetadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em entrevista à BandNews nesta terça-feira, Lula disse que esse será um valor inicial para ajudar os exportadores, e acrescentou que o pacote também terá autorização para compras governamentais.

Na semana passada, a Reuters antecipou que o governo estudava usar recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), administrado pelo BNDES, para ajudar as empresas afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros.

Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, a expectativa é que o crédito seja oferecido com juros reduzidos e prazo de carência. O plano prevê que os tomadores dos empréstimos com condições especiais terão que manter os empregos, como contrapartida para o acesso aos recursos.

O Palácio do Planalto informou que o pacote de ajuda será anunciado em uma cerimônia na quarta-feira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na entrevista desta terça, Lula voltou a dizer que o governo brasileiro vai buscar uma solução para as tarifas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e vai estudar o que pode ser feito com base na reciprocidade.

Ponderou, no entanto, que não tem a intenção de fazer “bravata” e que medirá as consequências de cada ação a ser tomada.

Trump impôs uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, com algumas exceções, vinculando a medida ao que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu em um processo por tentativa de golpe de Estado para anular sua derrota nas eleições de 2022.

Lula diz que espera ter conversa civilizada com Trump

Lula da Silva disse ainda esperar que algum dia ele possa se encontrar com o presidente dos Estados Unidos e ter uma conversa civilizada como dois chefes de Estados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ele afirmou que não há empecilho da parte do Brasil para desenvolver uma boa relação com os EUA e chamou de “ofensiva” a carta de Trump em que o norte-americano faz críticas ao sistema Judiciário e relaciona a tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros ao processo enfrentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O petista disse ainda que enviou uma carta a Trump, convidando-o para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas COP30, a ser realizada em Belém em novembro.

Na semana passada, em entrevista à Reuters, Lula havia dito que não vai telefonar para Trump para negociar a tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros por considerar que Trump não quer conversar, mas que iria ligar para convidá-lo para a cúpula climática.

Lula lembrou nesta terça que o Brasil tenta se firmar como liderança mundial nas políticas de clima e meio ambiente e tem a ambiciosa meta de zerar o desmatamento até 2030.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O presidente disse ainda, na entrevista, que deve ligar para o presidente da França, Emmanuel Macron, para o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para falar sobre o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.