Política

Lula sanciona lei que reduz isenções e tributa bets, mas veta ‘reciclagem’ do orçamento secreto

27 dez 2025, 17:36 - atualizado em 27 dez 2025, 17:36
lula
Lula sanciona lei que aumenta tributos sobre fintechs, bets e JCP e veta dispositivo que facilitava reciclagem de recursos do orçamento secreto, medida questionada pelo STF. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na sexta-feira (26), o projeto de lei que corta benefícios fiscais em 10% e amplia a tributação sobre bets, fintechs e Juros sobre Capital Próprio (JCP) a partir de 2026.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lula vetou, por outro lado, uma proposta embutida no projeto para facilitar a reciclagem de verbas do orçamento secreto. A inclusão do dispositivo foi revelada pelo Estadão e derrubada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), após questionamentos da Rede e do PSOL.

O projeto deve gerar uma arrecadação de R$ 22,45 bilhões em 2026. A tributação sobre as bets subirá de 12% para 15%, de forma escalonada até 2028.

A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fintech, que hoje é de 9%, vai subir até 15% no mesmo período.

Investidores que recebem proventos de empresas via JCP, por sua vez, pagarão mais Imposto de Renda. A alíquota na fonte subirá de 15% para 17,5%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Lula veta dispositivo que facilita reciclagem do orçamento secreto

O presidente Lula vetou o dispositivo que facilitaria uma reciclagem do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão e declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

Como a reportagem revelou, a proposta poderia destravar até R$ 3 bilhões em recursos de interesse dos parlamentares que foram cancelados no ano passado.

Os recursos foram anulados porque foram indicados em anos anteriores, mas as obras não começaram, deixando o dinheiro parado e inscrito nos chamados “restos a pagar”. Agora, eles poderiam ser “ressuscitados” até o fim de 2026, ano de eleições.

Só em 2024, foram cancelados R$ 3 bilhões em emendas parlamentares que não haviam sido executadas em anos anteriores, incluindo R$ 2,2 bilhões do orçamento secreto. O cancelamento auxilia o Executivo a destravar aquele recurso para prioridades atuais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dispositivo semelhante foi incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que ainda não foi sancionada por Lula.

Apesar do veto e da decisão de Dino, o resgate das verbas do orçamento secreto ainda está válido em uma lei aprovada pelo Congresso e sancionada por Lula em março. Essa norma permite a recuperação dos recursos cancelados.

O que Lula vetou agora facilitaria essa reciclagem, pois dispensaria a necessidade de início da licitação e permitiria que, se não houvesse dinheiro suficiente para resgatar e executar os projetos originais, o governo poderia reciclar o repasse e destinar para outras obras e até outros municípios. O governo poderia, inclusive, juntar sobras de várias emendas para fazer nascer outra.

A reciclagem de emendas interessa ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Como o Estadão mostrou, a medida privilegia obras que não começaram, projetos com problemas na execução e emendas que não cumpriram as exigências do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre transparência – a maior delas no Amapá, reduto eleitoral de Alcolumbre.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Por dentro dos mercados

Receba gratuitamente as newsletters do Money Times

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar