Economia

Lula volta a criticar Selic a 13,75% e ainda alfinetou a Fiesp

06 fev 2023, 14:01 - atualizado em 06 fev 2023, 15:01
Lula
Lula já criticou mais de uma vez postura restritiva do Banco central em relação à Selic. (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/ Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a política monetária adotada pelo Banco Central.

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Durante a posse de Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse que a decisão do Copom é uma “vergonha” e que não há motivos para a taxa Selic estar tão alta.

“Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,5% [ao ano]. É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juro”, disse o presidente.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária optou pela manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. Trata-se do maior patamar da Selic desde janeiro de 2017, onde está estacionada desde agosto.

Em seu comunicado, o Copom justifica que as incertas no âmbito fiscal e piora das expectativas de inflação demandam uma taxa mais restritiva por mais tempo. A postura do Banco Central vem sendo vista por Lula como uma traição do presidente do BC, Roberto Campos Neto.

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Lula também afirmou que a classe empresarial precisa começar a pedir por juros menores.

“Quando o Banco Central era dependente de mim, todo mundo reclamava. A Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] só se pronunciava no dia em que o Banco Central aumentava os juros. Agora não falam mais”, criticou. “No meu tempo, 10% era muito, hoje 13% é pouco. Se a classe empresarial não se manifestar, vão achar que estão felizes.”

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Lula vs Banco Central

Em relação à autonomia do Banco Central, Lula disse que o problema é que o Brasil está acostumado com uma cultura de juros altos.

“O problema não é de banco independente, não é de banco ligado ao governo. Problema é que esse país tem uma cultura de viver com os juros altos”, afirmou.

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Vale lembrar que, na semana passada, Lula voltou a criticar a autonomia do Banco Central e sinalizou que pode reverter a independência da autoridade monetárias com o fim do mandato de Campos Neto em dezembro de 2024.

“Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse Lula em entrevista à RedeTV!, na noite de quinta-feira (2).

Ao ser questionado diretamente sobre o fim da autonomia, Lula disse que pode acontecer, mas que isso é irrelevante para ele. “Isso não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros.”

O presidente afirmou que não existe razão para taxa de juro estar em 13,75% e que começará a cobrar o Banco Central.

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“O presidente do Banco Central tem que explicar por que aumenta juro se não tem inflação de demanda”, afirmou Lula, que alega que inflação de 4,5% ou 4,0% no Brasil “é de bom tamanho”.

No começo do ano, em entrevista à GloboNewsLula afirmou que “a inflação está do jeito que está e o juro está do jeito que está” mesmo com a autonomia da autoridade monetária.

Na ocasião, ele também questionou a meta de inflação. “Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% [a meta estipulada para 2023 é de 3,25%] e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”

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Coordenadora de redação
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como coordenadora de redação no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.