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M. Dias Branco (MDIA3): Compra da Jasmine não é pequena; o que empresa ganha com a marca?

10 jun 2022, 17:31 - atualizado em 10 jun 2022, 17:31
Jasmine Alimentos
A Jasmine comercializa produtos orgânicos, zero açúcar, integrais, cereais, snacks e sem glúten, sendo líder nas categorias de granolas e pães sem glúten (Imagem: Facebook/Jasmine Alimentos)

A M. Dias Branco (MDIA3) deu um passo maior desta vez ao comprar a Jasmine, marca com mais de três décadas de atuação no mercado de alimentos saudáveis.

Após realizar uma aquisição menor no passado (Latinex), a M. Dias Branco deve fechar agora um acordo estimado em R$ 350 milhões, destaca o BTG Pactual (BPAC11).

O valor total projetado leva em consideração o portfólio com mais de 140 SKUs (Stock Keeping Unit, ou Unidade de Manutenção de Estoque) da Jasmine e expectativa de receitas de R$ 200 milhões em 2022 para a empresa.

“Estima-se que o acordo totalizou R$ 350 milhões (4% do valor de mercado da M. Dias Branco, embora não esteja claro se isso inclui a dívida da Jasmine), o que implicaria um aumento de 0,4 vez na alavancagem da M. Dias Branco dos últimos 12 meses, a 1,9 vez”, comentam os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, em relatório divulgado nesta sexta-feira (10).

Em comunicado entregue ao mercado ontem, a M. Dias Branco não informou o valor da transação nem deu detalhes financeiros e operacionais da Jasmine.

Novo nicho

A Jasmine comercializa produtos orgânicos, zero açúcar, integrais, cereais, snacks e sem glúten, sendo líder nas categorias de granolas e pães sem glúten.

A empresa marca a entrada da M. Dias Branco em novas categorias de produtos alimentícios, ampliando o leque de oferta da companhia, que é historicamente conhecida pelos alimentos de trigo.

Para o BTG, a aquisição da Jasmine não só entregará escala adicional à M. Dias Branco no segmento de alimentos saudáveis, como também em regiões de “ataque” (Sudeste, Sul e Centro-Oeste), onde o crescimento da companhia não tem sido tão impressionante.

Modelo de negócios mais complexo

Um dos principais desafios da M. Dias Branco será entender como trabalhar com essas novas categorias de produtos.

A expansão do portfólio aumentará a complexidade, exigindo da M. Dias Branco habilidades não tradicionalmente associadas a ela, como construção de marca e inovação de produtos.

“Essa é possivelmente a razão da permanência dos C-levels da Jasmine no negócio. A capacidade de fazer essas marcas crescerem sem sacrificar seu valor de marca deve ser a prova do quão replicável essa estratégia pode ser”, afirmam Duarte e Brustolin.

O BTG tem atualmente recomendação neutra para as ações da M. Dias Branco, com preço-alvo de R$ 25. O crescente foco da companhia na construção de marca, em oposição à abordagem baseada em volumes, trouxe resultados mistos até agora, diz o banco.

A Ágora Investimentos adota uma visão mais construtiva sobre o nome. A corretora acredita que os preços atuais das commodities agrícolas não são sustentáveis, o que explica a preferência por empresas que podem se beneficiar de uma redução nos custos de insumos, como é o caso da M. Dias Branco.

A Ágora reforça sua recomendação de compra para a empresa, com preço-alvo de R$ 40.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.