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Magazine Luiza (MGLU3): Americanas (AMER3) balança setor e ação aproveita; alta faz sentido?

06 fev 2023, 19:19 - atualizado em 06 fev 2023, 19:34
MGLU3, Magazine Luiza
Magazine Luiza saltou em janeiro, contrapondo-se à derrocada da Americanas (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Se tem uma ação que “aproveitou” a fuga dos investidores da Americanas (AMER3) desde a detecção de inconsistências contábeis no balanço da varejista, ela pertence ao Magazine Luiza (MGLU3).

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Os papéis do Magazine Luiza lideraram as altas do Ibovespa em janeiro, subindo mais de 60%. Desde o anúncio do rombo de R$ 20 bilhões, no último dia 11, a companhia saltou cerca de 35% na Bolsa, enquanto a ação da Americanas derreteu mais de 85%.

O mercado parece ter entendido que a empresa de Luiza Trajano será a mais beneficiada com a derrocada da Americanas, podendo recuperar participação de mercado e aumentar suas vendas diante do momento ruim vivido pela rival.

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Salto das ações faz sentido?

Desde o anúncio das inconsistências contábeis no balanço da Americanas, o setor de varejo chegou a subir 23%. Isso mostra como o impacto do caso da empresa que entrou em recuperação judicial chacoalhou a dinâmica da indústria, visto que os desafios para as companhias de e-commerce brasileiras não acabaram, avalia o Bradesco BBI.

O BBI lembra que o setor enfrenta atualmente fundamentos difíceis, com grande queima de caixa e poucos retornos. Porém, seguindo a queda da Americanas, com um competidor a menos, a estrutura de distribuição de mercado do e-commerce no Brasil pode mudar.

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“A redistribuição gradual de 16% de market share online da Americanas entre os players pode aumentar a racionalidade competitiva, levando a um alívio nas margens e, consequentemente, ajudando a melhorar o conjunto de resultados do setor”, dizem Pedro Pinto, Felipe Cassimiro, João Andrade e Renan Sartorio, do time de análise da instituição, em relatório publicado na última quarta-feira (1º).

Para os analistas, pelo menos no curto prazo, é bom seguir o fluxo do rali do varejo de e-commerce, na expectativa de um momentum melhor e com revisões positivas nas estimativas, o que pode sustentar os preços das ações nos próximos trimestres.

Com a presença de mercado da Americanas já severamente prejudicada, o cenário competitivo do e-commerce brasileiro deve melhorar, diz o BBI.

“A potencial participação de mercado deixada sobre a mesa é substancial e, por isso, esse cenário de melhor momentum pode ser o suficiente para sustentar o price action das companhias de e-commerce por mais tempo”, comentam os analistas.

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Pelos cálculos do BBI, a potencial derrocada da Americanas significaria uma oportunidade de R$ 3,3 bilhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na indústria, considerando as vendas líquidas da varejista, de R$ 28 bilhões nos últimos 12 meses.

No caso do Magazine Luiza, o BBI avalia que o potencial ganho de mercado deve vir do negócio 1P de bens duráveis. Segundo a instituição, o movimento deve provavelmente aumentar ainda mais a exposição da companhia a bens duráveis altamente cíclicos.

Longo prazo menos entusiasmado

Para o BBI, o principal gatilho para que as ações de Magazine Luiza e Via (VIIA3) reajam bem é a queda da taxa de juros, seguido de uma retomada do momentum operacional.

Apesar disso, analistas não veem um bom momento para aumentar exposição a bens altamente cíclicos, uma vez que a performance de tais ativos depende do andamento de juros, crédito e inflação.

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Com bens duráveis/eletrônicos sendo a maior sobreposição entre Americanas e Magazine Luiza/Via, o momentum seria guiado por uma “qualidade menor” de GMV (volume bruto de mercadorias), completam.

O BBI tem o Mercado Livre (MELI) como top pick no setor de e-commerce. A gigante argentina tem uma diversificação de GMV maior e está menos exposta a categorias cíclicas, lista. Além disso, a empresa tem uma atuação geográfica maior e alavancagem mais baixa.

Para o BBI, as oportunidades de crescimento do Mercado Livre merecem o prêmio com que a ação é negociada, enquanto o Magazine Luiza parece justamente precificado após o rali recente.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.