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Magazine Luiza (MGLU3) dispara 66% e é destaque em agosto; vem mais alta por aí?

31 ago 2022, 17:57 - atualizado em 01 set 2022, 14:59
Magazine Luiza
O papel saltou 17% e ganhou R$ 3,7 bilhões em valor de mercado após reportar prejuízo líquido de R$ 135 milhões (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O Magazine Luiza (MGLU3) foi um dos destaques de altas no mês de agosto, com disparada de 66%, atrás apenas da Positivo (POSI3), que subiu 72%.

No período, a companhia divulgou o seu resultado do segundo trimestre, que apesar de ter vindo pior que o esperado, agradou o mercado. O motivo? A varejista parou de queimar caixa.

O papel saltou 17% e ganhou R$ 3,7 bilhões em valor de mercado após reportar prejuízo líquido de R$ 135 milhões.

Na visão do Goldman Sachs, a empresa está próxima a um “ponto de inflexão”, com números dentro das expectativas do mercado.

“A administração foi construtiva em seu comentário sobre a geração de caixa do segundo trimestre estar de volta a níveis positivos e expectativa de melhores vendas no segundo semestre”, coloca.

Na visão da Ativa Investimentos, o valuation atual da companhia está muito descontado pelo cenário de alta de juros e há uma grande distorção no preço de tela.

Cassio Lucin, analista de varejo da gestora Neo Investimentos, diz que não gostou do resultado, com crescimento abaixo do previsto, principalmente na parte de 1P (estoques próprios) e margens ainda pressionadas.

“Porém, o mercado gostou, achou que era um papel que estava amassado. Estava esperando só uma evidência para corroborar com alguma tese de que o negócio pode melhorar para frente”, explica.

Magazine Luiza dá para subir mais?

Segundo o Bradesco BBI, o resultado mostrou que a empresa continua sofrendo com os ventos contrários, com a fraca demanda impactando o GMV (valor bruto de mercadoria), e as altas taxas de juros impactando negativamente tanto o GMV (demanda) quanto o lucro (custos de financiamento).

“Temos algumas preocupações de que categorias de alto valor/dependentes de crédito possam estar enfrentando ventos contrários na demanda incremental (os resultados da Allied (ALLD3), por exemplo, mostraram uma demanda fraca por categorias que são essenciais para Magalu, e as verificações de canal sugerem que os fabricantes estão tendo dificuldades também)”, lembram os analistas.

Eles sustentam que é muito cedo para um rali sustentável impulsionado por uma recuperação do crescimento e taxas mais baixas.

Na visão de Lucas Ribeiro, da Kínitro, tudo dependerá do macroeconômico. Ele ressalta que assim como foi o macro que ajudou a empresa nesses últimos meses, é ele que dará o tom até o final do ano.

“Se os dados da inflação vierem mais comportados, se não aumentar a expectativa que o mercado tem sobre a curva dos juros, continuará um ambiente um pouco mais propenso ao risco”, discorre.

Esse ambiente, segundo ele, é propício para que papéis como Magazine Luiza continuam andando.

Sidney Lima, analista da Top Gain, coloca que o cenário econômico (principalmente local) tem colaborado firmemente com o movimento de alta para todo o setor de consumo.

É hora das ações de consumo e da techs?

Em agosto, das cinco maiores altas do mês, duas são ações de consumo, com Magazine Luiza e Via (VIIA3), e duas techs (Positivo (POSI3) e Locaweb), além da Azul (AZUL4).

O fim do ciclo de alta da taxa Selic é o gatilho para a troca e acontece mesmo sem a entrada de dinheiro novo dos investidores estrangeiros.

Veja na tabela abaixo

Empresa Ticker Alta
Positivo POSI3 72%
Magazine Luiza MGLU3 66,67%
Azul AZUL4 40%
Locaweb LWSA3 37%
Via VIIA3 33,75%

Gestores já perceberam esse movimento e vêm elevando a aposta em papéis de consumo.

“Na nossa cabeça, o Brasil já vez o pico da desgraça. Está no pico dos juros e da inflação. Isso significa mais dinheiro no bolso do brasileiro, mais o Auxílio Brasil, que é uma pimentinha para o brasileiro consumir mais”, coloca Sara Delfim, da Dahlia Capital.

Desde o início do ano, a Claritas Investimentos esperava uma oportunidade para voltar a comprar ações de varejo, companhias que estão indo bem operacionalmente.

“Em julho, esse momento chegou, com o Banco Central sinalizando que deve estacionar a taxa básica de juros em 13,75% ao ano“, afirma Eduardo Morais, gestor de ações da Claritas, que enxerga cortes na Selic entre 2023 e 2024.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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