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Magazine Luiza (MGLU3): Lucro ajustado recua 95% no 2T25, a R$ 1,8 milhão; ecossistema é escudo da varejista contra juros

07 ago 2025, 18:57 - atualizado em 07 ago 2025, 18:57
magazine luiza
O Magazine Luiza divulgou os números referentes ao segundo trimestre de 2025 (Imagem: Divulgação/ Magazine Luiza)

O Magazine Luiza (MGLU3) viu seu lucro líquido ajustado recuar 95,3% no segundo trimestre de 2025 (2T25) na comparação anual, atingindo R$ 1,8 milhão, mostra relatório de resultados divulgado ao mercado nesta quinta-feira (7).

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A cifra veio abaixo das projeções reunidas pela Bloomberg, que apontavam para um lucro líquido de R$ 13 milhões no período.

Sem o ajuste, que desconsidera as despesas não recorrentes, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo o lucro não ajustado de R$ 23,6 milhões reportado no segundo trimestre de 2024.

Ao Money Times, o gerente de relações com investidores (RI) do Magalu, Lucas Ozorio, afirmou que houve impacto de efeitos não recorrentes muito fortes no resultado contábil (que mostrou prejuízo), sendo o mais relevante um PDD (provisão para devedores duvidosos) adicional no valor de R$ 26,5 milhões de reais.

Esse efeito ocorreu em função do acordo com o BID Invest e a IFC (International Finance Corporation), em que o Magalu realizou uma provisão adicional para cobrir integralmente a carteira renegociada do crédito direto ao consumidor (CDC).

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do Magazine Luiza cresceu 2,3% na base anual, atingindo R$ 726,7 milhões no segundo trimestre deste ano.

Já a margem Ebitda ajustada atingiu 8%, um avanço de 0,1 ponto percentual ante o mesmo período em 2024.

A receita bruta da companhia avançou 1,7% ano a ano, totalizando R$ 11,3 bilhões no segundo trimestre de 2025. No caso da receita líquida, o avanço foi de 1,4%, com um total de R$ 9,1 bilhões no período.

No segundo trimestre deste ano, as vendas totais do Magazine Luiza, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional (1P) e o marketplace (3P) totalizou R$ 15,2 bilhões, uma contração de 0,6% em relação ao mesmo período em 2024.

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O gerente de RI destaca o Ebitda da companhia no trimestre, ponderando que representa um avanço em relação ao ano anterior e reflete a expansão contínua do ecossistema Magalu, disciplina financeira e forte geração de caixa operacional, de R$ 597 milhões no trimestre.

O 2T25 do Magazine Luiza

Nas lojas físicas do Magazine Luiza, as vendas totalizaram R$ 4,7 bilhões no trimestre, um aumento de 3% em comparação com o 2T24. No critério mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), o crescimento atingiu 3,5%.

Já o e-commerce registrou R$ 10,6 bilhões em vendas no segundo trimestre deste ano. A companhia destaca o crescimento de 5% nas categorias com ticket médio acima de R$ 1 mil.

“Esse avanço reforça o compromisso do Magalu com a estratégia de ampliar a rentabilidade”, diz o Magalu.

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As vendas online com estoque próprio (1P) somaram R$ 6,5 bilhões, enquanto o marketplace atingiu R$ 4,1 bilhões.

Na Luizacred, a divisão financeira do Magalu, o faturamento em cartões de crédito atingiu R$ 15 bilhões no trimestre. Houve queda nas taxas de inadimplência e o lucro líquido atingiu R$ 102 milhões no trimestre, com ROE (retorno sobre o patrimônio) anualizado de 19%.

O escudo contra o cenário macroeconômico e concorrência

Em meio a um cenário macroeconômico brasileiro, que passa por diversas volatilidades, e da intensificação da concorrência no e-commerce, o Magazine Luiza conta com um “escudo” para se proteger: o ecossistema.

Ao longo dos trimestres, o gerente e a diretora de RI e o próprio CFO da companhia vem contando ao Money Times sobre as diferentes frentes em que a companhia vem fortalecendo a atuação. Além do Magazine Luiza em si, há a divisão de ads (publicidade), de logística, financeira, cloud, além de nomes como Netshoes e KaBuM! e Época Cosméticos, que estão sob o guarda-chuva do ecossistema.

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Ozorio recordou que ao longo do período em que Frederico Trajano está à frente do Magalu como CEO, ocorreu o ciclo estratégico de digitalização e vem ocorrendo o de evolução do ecossistema.

“O desenvolvimento do ‘Ecossistema Magalu’ e de suas plataformas de serviços é o motor para diversificar as nossas fontes de resultado e construir um negócio cada vez mais resiliente e menos cíclico. No segundo trimestre, tivemos avanços importantes destas plataformas, contribuindo com resultados consistentes, melhorias no nível de serviço e ganhos de eficiência”, diz a própria companhia no relatório de resultados.

“Mesmo com esse patamar de juros [Selic em 15%], conseguimos entregar lucro. Era algo impensável há 3, 4 anos, uma empresa como a Magalu entregar lucro com esse patamar de juros. E é muito dever de casa, dessa expansão do ecossistema, evolução de margens, disciplina financeira, Luizacred, controle de eficiências”, colocou Lucas Ozorio.

Com a disputa nos e-commerces acirrando, o Magazine Luiza transita entre a disponibilidade de itens via e-commerce, tanto pelo tradicional quanto com os vendedores do marketplace, somado a isso está a parceria com o AliExpress, mas segue com foco também nas lojas físicas e produtos com ticket médio maior.

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“Uma decisão estratégica, nesse curto prazo pelo menos, é focar no que somos fortes e reafirmar esse compromisso com a expansão da rentabilidade. Então, de um trade-off, vendas e margens, estamos privilegiando as margens nesse momento”, coloca o gerente de RI.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.