Magazine Luiza (MGLU3) não entrará na atual guerra do e-commerce, diz CEO; ações recuam 5% após 2T25

O Magazine Luiza (MGLU3) é consistente em seu discurso trimestre a trimestre. O lucro líquido ajustado da varejista recuou 95% em base anual, no entanto, os executivos da companhia defendem que, mesmo com uma taxa básica de juros (Selic) em 15%, entregou lucro, de R$ 1,8 milhão.
O número positivo veio na linha ajustada do balanço, sem o ajuste, que desconsidera as despesas não recorrentes, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo o lucro não ajustado de R$ 23,6 milhões reportado no segundo trimestre de 2024.
Para Frederico Trajano, CEO do Magalu, o destaque do trimestre ficou com a rentabilidade e a disciplina financeira na execução. No período, a companhia teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 727 milhões, um avanço de 2,3% ano a ano.
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Apesar da ênfase de Trajano e demais executivos durante a teleconferência de resultados nesta sexta (8), as ações MGLU3 performam entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV), chegando a cair mais de 5%
Por volta de 11h55 (horário de Brasília) recuava 4,85%, a R$ 7,06. Acompanhe o tempo real.
Trajano destacou que a Selic, que reconhecidamente impacta o setor, não está nas mãos da empresa. Por isso, o foco está em controle de despesas, geração de caixa operacional, continuidade de expansão no e-commerce, entre outros fatores que sustentem a companhia em períodos turbulentos.
A companhia usa ainda o seu ecossistema como meio para passar por cenários diversos.
“Temos um modelo econômico com três motores de crescimento. O do 3P (marketplace), o do 1P (e-commerce próprio) e do crescimento de loja física. Temos tido resiliência mesmo em situações específicas do mercado. Quando o 3P agora se encontra num terreno mais esburacado, 1P e loja compensam”, disse o CEO em teleconferência de resultados.
Magazine Luiza menos cíclica e fora da guerra do e-commerce
O CEO do Magazine Luiza evidenciou o trabalho existente para tornar a companhia menos cíclica e, assim, menos sensível aos impactos dos juros. Há poucos anos, na pandemia, a Selic chegou em um patamar de 2%, estando em 15% hoje.
Para combater cenários como esse, o Magalu aposta no seu ecossistema e nas frentes de e-commerce, marketplace e lojas físicas. No trimestre, o destaque ficou justamente com o físico, de onde vem as raízes da empresa.
Trajano disse que no 3P (marketplace), onde compete com nomes como o Mercado Livre, Amazon e Shopee, foi uma decisão estratégica não entrar na competição de oferta grátis. “Não entramos na guerra de categorias de ticket com margens de contribuição negativa”, afirma.
No momento de taxa de juros em 15%, o CEO defende disciplina e foco, fugindo de guerra de crescimento a qualquer custo. No entanto, quando a Selic cair, há expectativa de crescimento acima do mercado. Na atual dinâmica do mercado, o Magazine Luiza prioriza margens a crescimento.