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Magazine Luiza (MGLU3) descarta entrar na briga do Mercado Livre e outras: ‘Não acreditamos nesse modelo’, diz CEO

07 nov 2025, 13:13 - atualizado em 07 nov 2025, 13:43
Frederico Trajano Magazine Luiza (1)
Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza (Imagem: Divulgação)

O Magazine Luiza (MGLU3) não vai entrar na briga por produtos de tickets baixos, com agressividade na oferta de frete grátis e outros subsídios — como vem sendo feito por nomes como Mercado Livre e Shopee, uma vez que o foco da companhia está em rentabilidade.

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Durante a teleconferência de resultados do trimestre, realizada nesta sexta-feira (7), o CEO do Magalu, Frederico Trajano, destacou que participar da atual guerra do e-commerce não está no foco da companhia, que prioriza neste momento margens e rentabilidade.

O CEO pontuou que é preciso operar com margem de contribuição positiva e que o Magalu nunca priorizou crescer ao custo de prejuízos. Ele recorda um momento de “guerra no 1P” (estoque próprio), que a companhia viu como irracional e também não entrou.

“A gente perseverou e hoje o 1P é do tamanho que é. Mesmo naquele momento, com a gente abrindo mão de crescimento e até caindo em um ou outro trimestre no nosso 1P, [vimos] naquele momento que a guerra era irracional”, ponderou, acrescentando que a atual guerra do e-commerce gera margem de contribuição negativa.

“A gente não acredita nesse modelo e nunca acreditou. E outra coisa, nosso resultado é aqui no Brasil. O nosso custo de capital é no Brasil. Se a gente der algum resultado muito negativo, não temos uma matriz para nos mandar um dinheiro para pagarmos as contas no final do ano. Temos que operar com nossa própria capacidade”, disse.

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O executivo reforçou ainda o discurso que a companhia vem trazendo ao mercado há vários trimestres: o ecossistema como um pilar para sustentar a companhia em um cenário de juros elevados — atualmente a Selic está em 15%.

Vale lembrar que o Magalu conta com as subsidiárias Época, Netshoes e KaBuM!, além de divisões que vão da logística, financeiro e cloud, e que rodam um ecossistema que visa depender menos do varejo em si.

Neste sentido, a companhia segue focada em combinar o online com o offline. Em breve a varejista deve anunciar a abertura da nova unidade no Conjunto Nacional, a Galeria Magalu. Essa loja irá combinar o Magalu com suas três subsidiárias.

O Magazine Luiza também anunciou nesta semana o “WhatsApp da Lu”, que irá viabilizar compras diretamente pelo WhatsApp, com a possibilidade de buscar produtos, compará-los e efetivar a compra por meio da plataforma.

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A ferramenta foi liberada, em uma primeira fase, para um milhão de clientes recorrentes do Magalu, com um histórico de compra mínimo de 10 produtos por ano. Até o final de 2025, a companhia afirma que o serviço será expandido para toda a base de mais de 30 milhões de consumidores ativos da empresa.

Tempestade perfeita para o Magazine Luiza

Frederico Trajano aponta que os juros no patamar atual corroboram para uma “tempestade perfeita”. Por um lado, há agressividade da concorrência, especialmente nos tickets mais baixos, que já não são o maior interesse da companhia. Por outro, o cenário macro dificulta a viabilização das melhores condições de compra para produtos de maior ticket.

A mensagem do CEO é clara sobre o foco em multicanalidade e a implementação do AI Commerce como pilares para um novo ciclo do Magazine Luiza.

O executivo acredita que o início no corte de juros deve iniciar no próximo ano e esses ciclos sempre se traduzem em momento positivo para a categori a do Magalu. Somado a isso, há otimismo para 2026 por também ser um a no de Copa do Mundo, outro fator que beneficia a varejsita.

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3T25 do Magalu

O Magalu registrou lucro líquido ajustado de R$ 21,2 milhões no terceiro trimestre de 2025 (3T25). A cifra representa uma contração de 69,8% quando comparada aos R$ 70,2 milhões reportados no mesmo período do ano anterior.

Apesar do recuo, o resultado da varejista superou a expectativa do mercado. Projeções reunidas pela Bloomberg apontavam um lucro líquido de R$ 4 milhões no período.

No relatório de resultados, divulgado ao mercado nesta quinta-feira (6), a companhia destaca que, considerando as receitas não recorrentes, o lucro líquido chega a R$ 84,6 milhões no trimestre.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, que mede o desempenho operacional, atingiu R$ 711,4 milhões, um recuo de 0,09% ante o terceiro trimestre de 2024. O montante veio acima da estimativa do consenso de R$ 707 milhões.

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Já a margem Ebitda ajustada recuou 0,1 ponto percentual, atingindo 7,9% no terceiro trimestre deste ano, com estabilidade na comparação anual.

O que pesou no lucro do Magalu foram as despesas financeiras, que saltaram 35,6% no ano, para R$ 488,1 milhões. A varejista atribui o pior resultado nessa frente à alta dos juros.

No 3T25, as vendas totais, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio (1P) e marketplace (3P) totalizaram R$ 15,1 bilhões.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas, com foco em varejo e setor aéreo.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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