Magazine Luiza (MGLU3): Números do 2T25 não convencem e JP Morgan mantém recomendação de venda

Os números do Magazine Luiza (MGLU3) referentes ao segundo trimestre de 2025 não convenceram o JP Morgan, que vê tendências operacionais fracas no balanço. O banco mantém sua classificação underweight, equivalente à venda, para a varejista.
A equipe de analistas liderada por Joseph Giordano destaca que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 2% ano a ano, ficando em linha com as expectativas, e lucro por ação (EPS) ajustado no ponto de equilíbrio.
Na visão do banco, as tendências de receita foram mais fracas do que o previsto, com um crescimento abaixo do ideal, enquanto resultados melhores que o esperado da Luizacred e um forte foco nas despesas — que apontam como o destaque do trimestre — sustentaram o leve crescimento do Ebitda.
- E MAIS: Temporada de balanços 2T25 – descubra o que esperar das principais empresas da bolsa, segundo o BTG
Com base nas estimativas do JP Morgan, houve uma queima de caixa de aproximadamente R$ 180 milhões no 2T25 em relação ao trimestre anterior, e uma geração de caixa de aproximadamente R$ 40 milhões na base dos últimos doze meses.
“No geral, esperamos uma reação negativa no preço das ações dadas as tendências fracas, particularmente porque os resultados dos concorrentes sugerem um ambiente competitivo potencialmente mais acirrado no e-commerce”, ponderam os analistas do JP Morgan.
O 2T25 do Magazine Luiza
No segundo trimestre de 2025, a varejista viu o lucro líquido ajustado recuar 95,3% no segundo trimestre de 2025 (2T25) na comparação anual, atingindo R$ 1,8 milhão. A cifra veio abaixo das projeções reunidas pela Bloomberg, que apontavam para um lucro líquido de R$ 13 milhões no período.
Sem o ajuste, que desconsidera as despesas não recorrentes, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões, revertendo o lucro não ajustado de R$ 23,6 milhões reportado no segundo trimestre de 2024.
Ao Money Times, o gerente de relações com investidores (RI) do Magalu, Lucas Ozorio, afirmou que houve impacto de efeitos não recorrentes muito fortes no resultado contábil (que mostrou prejuízo), sendo o mais relevante um PDD (provisão para devedores duvidosos) adicional no valor de R$ 26,5 milhões de reais.
Esse efeito ocorreu em função do acordo com o BID Invest e a IFC (International Finance Corporation), em que o Magalu realizou uma provisão adicional para cobrir integralmente a carteira renegociada do crédito direto ao consumidor (CDC).
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do Magazine Luiza cresceu 2,3% na base anual, atingindo R$ 726,7 milhões no segundo trimestre deste ano.
Já a margem Ebitda ajustada atingiu 8%, um avanço de 0,1 ponto percentual ante o mesmo período em 2024.
A receita bruta da companhia avançou 1,7% ano a ano, totalizando R$ 11,3 bilhões no segundo trimestre de 2025. No caso da receita líquida, o avanço foi de 1,4%, com um total de R$ 9,1 bilhões no período.
No segundo trimestre deste ano, as vendas totais do Magazine Luiza, incluindo lojas físicas, e-commerce tradicional (1P) e o marketplace (3P) totalizou R$ 15,2 bilhões, uma contração de 0,6% em relação ao mesmo período em 2024.