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Magazine Luiza (MGLU3): O que esperar da ação, após queda de quase 70% no 1º semestre?

01 jul 2022, 15:46 - atualizado em 01 jul 2022, 15:46
Magazine Luiza
Segundo semestre continuará “complicado” para Magazine Luiza, diz analista. (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações da Magazine Luiza (MGLU3) desabaram 67,59% no primeiro semestre de 2022, a R$ 2,34, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, caiu 5%.

Segundo analistas, 2022 continuará sendo um ano “muito volátil” para o Magalu e para o varejo em geral, principalmente por conta do cenário macroeconômico e das eleições em outubro.

Além disso, dizem, há espaço para mais quedas na Bolsa brasileira – que poderiam arrastar os papéis da varejista – por causa de uma possível recessão econômica nos EUA.

O país segue elevando os juros para conter a inflação, mas tem como consequência do aperto monetário a restrição da atividade.

No Brasil, a projeção do Banco Central (BC) segue indicando o rompimento da meta de 3,5% para 2022, em um momento em que a taxa básica de juros já está a 13,25% ao ano.

O cenário, que inibe o consumo, faz as corretoras seguirem com recomendação neutra para as ações de Magazine Luiza no restante do ano.

A analista da Benndorf, Victoria Minatto, afirma que a queda do Magazine Luiza não implica em um preço “barato” para as ações. “O momento macro, tanto do Brasil como do mundo, não é favorável para varejo”, ressalta.

Minatto recomenda a compra de empresas que geram caixa, pagam dividendos, e conseguem “performar” bem independente do cenário, “o que não é o caso de varejo e, especificamente, do Magazine Luiza”.

Semestre árduo

Segundo a analista da Ativa, Lívia Rodrigues, o Magazine Luiza sofreu com problemas tanto na parte da demanda, fortemente impactada pelo cenário macroeconômico, quanto no quesito concorrencial, com maior pressão de concorrentes estrangeiros.

“Apesar dos índices de taxa de desemprego estarem melhor, a inflação vem corroendo o poder de compra do consumidor brasileiro, que tem uma renda cada vez menor para itens não essenciais, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que são os carros chefe da Magalu”, explica Rodrigues.

No primeiro trimestre do ano — já sofrendo com a piora da economia, provocada pela elevação dos juros —, a varejista reportou prejuízo líquido de R$ 161 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 258 milhões do mesmo período do ano passado.

Impacto dos juros

A analista da Benndorf explica que, com os juros mais altos, a taxa de desconto utilizada para trazer valor à geração de caixa futuro da empresa fica maior. Consequentemente, diz, a companhia acaba valendo menos e a cotação cai.

“Nesse sentido, empresas que precisam de capital para crescer acabam sofrendo mais”, diz. “Para essas companhias, além do desconto no valuation, os juros pagos sobre empréstimos ficam maiores, influenciando diretamente no lucro”, afirma.

Rodrigues, da Ativa, ainda diz que a pressão desacelera o processo de crescimento do e-commerce, que está ligado ao desempenho econômico do varejo.

Concorrência apertada

Outro ponto que pressiona a Magazine Luiza é a concorrência, pontua a analista da Ativa.

Os players fortemente capitalizados, como Amazon (AMZO34), Mercado Livre (MELI34) e Shopee, chegaram forte no Brasil e assumiram frentes antes ocupadas pela varejista brasileira.

Rodrigues diz que os concorrentes estrangeiros exercem pressão tanto sobre a demanda quanto sobre as despesas do Magalu.

“Para que o Magazine Luiza consiga se destacar no meio dos concorrentes mais fortes, ela precisa gastar mais com marketing e com meios alternativos para se promover, o que impacta no caixa da companhia”, explica.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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