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Mais de 30 mercados já colocaram restrições ao frango do Brasil por gripe aviária

21 maio 2025, 11:17 - atualizado em 21 maio 2025, 11:52
exportações frango
(Foto: REUTERS/Seun Sanni)

Mais de 30 destinos comerciais já impuseram algum tipo de suspensão temporária a importações de carne de frango vindas do Brasil após a confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, segundo comunicado do Ministério da Agricultura nesta quarta-feira.

As restrições colocadas ao Brasil, maior exportador global de carne de frango, podem ser nacionais ou localizadas, apenas para a carne de frango do Estado gaúcho ou do município de Montenegro (RS), foco da gripe aviária em granja comercial.

Com os embargos, “é provável que o próximo mês registre uma acentuada redução nas exportações de carne de frango”, afirmou o Itaú BBA em um relatório.

De acordo com o ministério, suspenderam totalmente o produto vindo do Brasil os seguintes mercados: China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, África do Sul, União Euroasiática, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka, Paquistão, Filipinas e Jordânia.

Desses, China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, África do Sul e Filipinas estiveram entre os dez principais destinos das exportações brasileiras de carne de frango em 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

“O Brasil exporta, em média, mais de US$800 milhões por mês em carne de frango. Com os principais mercados impondo bloqueios, essa receita pode sofrer queda expressiva. O impacto poderá ser mitigado caso os embargos sejam rapidamente regionalizados”, afirmou o Itaú BBA.

Para um grupo de nove países, segundo o ministério, há suspensão válida apenas para a carne do Rio Grande do Sul: Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia.

Desses, apenas o Reino Unido figurou entre os 25 principais destinos da carne de frango do Brasil em 2024, segundo a ABPA.

Japão e Arábia Saudita, terceiro e quarto destinos do produto brasileiro em 2024, suspenderam as importações do produto de Montenegro (RS).

O Brasil responde por quase 40% das exportações globais de carne de frango.

O Itaú BBA afirmou que, em 2024, os oito principais importadores responderam por 58% das exportações, sendo a China a maior compradora representando 13% da receita total.

O banco de investimento considerou também que, “apesar do número elevado de países com embargos, a diversidade de destinos pode mitigar impactos mais duradouros, especialmente se alguns dos principais mercados retomarem as importações em prazo razoável”.

Na véspera, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou à Reuters que países como a China não aceitarão cargas de carne de frango do Brasil que já estavam em navios, a caminho do destino, em meio à confirmação do primeiro surto de gripe aviária em granja comercial no Brasil.

A detecção do surto, anunciada na segunda-feira, coloca as empresas de processamento de carne, incluindo BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), em uma situação difícil, pois lidam com custos logísticos adicionais e incertezas relacionadas à extensão dos embargos comerciais em andamento, desencadeados pela emergência sanitária.

O relatório do Itaú BBA ponderou que a situação sanitária em outras regiões exportadoras, como EUA e União Europeia, também é desafiadora, devido aos casos de gripe aviária nessas áreas. “Isso limita as alternativas para países importadores em caso de prolongamento dos embargos ao Brasil.”

O ministério disse nesta quarta-feira que permanece em articulação com as autoridades sanitárias dos países importadores, “prestando, de forma ágil e transparente, todas as informações técnicas necessárias sobre o caso”.

“As ações adotadas visam garantir a segurança sanitária e a retomada segura das exportações o mais breve possível”.

Contenção de crise

Ainda de acordo com o Itaú BBA, o alívio das barreiras comerciais dependem “fortemente da não ocorrência de novos focos”.

“Testagens estão em andamento e novidades — positivas ou negativas — devem surgir brevemente. Em caso de novas notificações, os impactos poderão se intensificar”, afirmou.

Para embargos, geralmente países consideram apenas focos em granjas comerciais.

O Ministério da Agricultura publicou nesta quarta-feira que oito casos são investigados, sendo dois em granjas comerciais, em Tocantins e Santa Catarina. Os demais são em galinhas de subsistência e dois de aves silvestres.

 

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reuters@moneytimes.com.br
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