Internacional

Mantra ‘venda em maio’ não se materializa em mercados emergentes

29 maio 2020, 9:10 - atualizado em 29 maio 2020, 9:10
China Eua
Embora o risco de novas tensões EUA-China permaneça, gestoras de recursos, como Barings e AMP Capital Investors, dizem que mercados emergentes devem se beneficiar da recuperação da demanda global (Imagem: REUTERS/Yuri Gripas)

O mês pode ter começado em meio a alertas de “venda em maio”, indicando que mercados emergentes novamente enfrentariam a sangria quase anual.

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Mas a previsão não se materializou: os ativos mostraram resiliência, o que aponta junho como um mês promissor.

Um índice de ações de países em desenvolvimento mostra ganho, um indicador de moedas tem queda inferior a 0,1% e títulos sobem em meio à retomada da atividade econômica no mundo todo, sinais de crescimento e otimismo em relação a possíveis vacinas para o tratamento do Covid-19.

Embora o risco de novas tensões EUAChina permaneça, gestoras de recursos, como Barings e AMP Capital Investors, dizem que mercados emergentes devem se beneficiar da recuperação da demanda global.

“Como a confiança do investidor parece melhorar lentamente, parte desse dinheiro parece voltar pouco a pouco aos ativos sensíveis à economia”, disse Khiem Do, responsável por investimentos na Grande China na Barings, em Hong Kong.

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“O momentum positivo em mercados emergentes deve ser levado para junho e além, particularmente porque os mercados emergentes, nos níveis atuais, são considerados uma das classes de ativos mais atraentes.”

Os mercados emergentes mostraram resistência em maio, desafiando a tendência histórica, pois mantiveram os ganhos obtidos em abril.

Em oito dos últimos dez anos, maio provou ser um mês de perdas para ações, moedas e títulos domésticos de economias em desenvolvimento.

A resiliência deste ano ocorreu apesar de uma série de rebaixamentos, nova onda de tensões EUA-China e mais evidências da pior desaceleração econômica em décadas.

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Os mercados emergentes mostraram resistência em maio, desafiando a tendência histórica, pois mantiveram os ganhos obtidos em abril (Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach)

A ausência de uma segunda onda da pandemia quando as economias começaram a reabrir cautelosamente incentivou os otimistas, enquanto a taxa de infecções atingia o pico e começava a baixar em muitos países-chave.

Em contraste com a crescente volatilidade do primeiro trimestre, o posicionamento atual sugere que as perspectivas para ativos dos países em desenvolvimento permanecem calmas.

A reversão de risco de três meses para as 12 principais moedas de mercados emergentes caiu para o menor nível desde março, enquanto um indicador de swaps de default crédito de mercados emergentes está próximo da mínima em três meses.

O resultado relativamente otimista de maio não significa necessariamente que o pior já passou para mercados emergentes.

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Os EUA avaliam uma série de sanções para punir a China pelo controle sobre Hong Kong, e algum nervosismo já é observado nos mercados.

O yuan offshore, muitas vezes visto como âncora para outras moedas de mercados emergentes, ampliou as perdas.

“Parece haver uma grande desconexão entre os mercados financeiros e a economia real, e até as ameaças geopolíticas parecem ter apenas impactos menores e temporários nos mercados”, disse Rob Carnell, economista-chefe para Ásia-Pacífico no ING Groep, em Cingapura. “Existe muito otimismo? Eu diria que sim.”

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bloomberg@moneytimes.com.br