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Mapa manda parar produção de carne à China como se tivesse frigorífico jogando dinheiro fora

20 out 2021, 9:05 - atualizado em 20 out 2021, 9:28
BOI
Boi se avolumam nos confinamentos à espera das vendas de carne para a China (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Na falta do que fazer para a China levantar o embargo das importações de carne bovina brasileira, e sem evidente peso diplomático, o governo federal tenta mostrar serviço com banalidades.

Como se fosse necessário, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) manda os frigoríficos suspenderem o processamento de boi para o ainda fechado mercado chinês.

Imaginar que qualquer das empresas habilitadas a exportarem esteja produzindo carne, passados 45 dias desde os eventos da vaca louca atípica que interromperam as exportações para lá, é no mínimo fútil.

Primeiro, não se tem prazo algum em vista para a retomada dos embarques, como já disse o Mapa.

Segundo, não há câmaras frias suficientes para estocagem, dados os volumes que estariam se acumulando, mais ainda que parte da carne processada antes de 4 de setembro (dia da notificação oficial da doença) foi rejeitada pela China.

Aliás, no mesmo ofício o governo manda as indústrias armazenarem esses lotes já parados sob rigorosa refrigeração, por 60 dias. E para onde iriam?

Por fim, qual garantia haveria de os chineses aceitarem essa mercadoria nova depois de tanto tempo congelada, quando voltassem a importar?

O tamanho do tombo do boi, em mais de R$ 40 a @, mostra que nenhum frigorífico está comprando esperando vender para a China.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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