Política

Marcelo Ramos diz que Plenário só vota hoje admissibilidade de PEC sobre imunidade parlamentar

24 fev 2021, 19:25 - atualizado em 24 fev 2021, 19:25
Marcelo Ramos
Marcelo Ramos: “O compromisso é que hoje só será votada a admissibilidade” (Imagem: Agência Câmara/Reprodução)

O 1º vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que há um acordo de lideranças para que o Plenário analise hoje apenas a admissibilidade da proposta que regulamenta a imunidade parlamentar e ações contra autoridades (PEC 3/21).

“O compromisso é que hoje só será votada a admissibilidade. Quando vai ser votado o primeiro turno e o segundo turno eu não posso fechar compromisso em relação a data futura, porque isso depende da posição do presidente da Casa, deputado Arthur Lira”, disse.

Ramos respondeu a questionamento do líder do PT, deputado Bohn Gass (PT-RS), que pediu tempo para alterações no texto. “Precisamos de imunidade, mas não de impunidade”, disse o líder.

Alvo de obstrução de diversos partidos, a proposta restringe as hipóteses de prisão em flagrante de deputado, regulamenta o trâmite a ser observado após prisão, veda o afastamento do mandato por decisão judicial e determina que apenas o Conselho de Ética pode se pronunciar sobre ações, palavras e votos de parlamentares.

O texto também cria recursos contra ações penais de autoridades, trata de busca e apreensão e outros atos processuais contra autoridades.

Debate

O tema foi alvo de críticas de diversos parlamentares na fase de debates da sessão desta quarta-feira. Deputados do Psol, do DEM e do Novo fizeram questões de ordem contrárias à votação do texto.

Câmara dos deputados 62
O tema foi alvo de críticas de diversos parlamentares na fase de debates da sessão desta quarta-feira (Imagem: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

A definição dos casos de prisão de parlamentares e atuação do Supremo Tribunal Federal em ações penais foi defendida, no entanto, pelo deputado Carlos Jordy (PSL-RJ). “Parece que, depois do caso Daniel Silveira, em que houve a prisão flagrantemente ilegal, inconstitucional, a Câmara resolveu agir de forma diligente para começar a aprovar projetos que impeçam o avanço do Judiciário com as suas usurpações de competência”, disse.

Tramitação

O deputado Vinicius Poit (Novo-SP) defende que a proposta seja retirada de pauta e analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e por comissão especial. “O texto mudou ao longo do dia, portanto há pouco tempo para analisar uma mudança significativa na Constituição”, disse.

A admissibilidade de PEC é analisada pela CCJ, mas como a comissão ainda não foi instalada, o parecer será fornecido em Plenário por deputado designado, que se manifestará sobre a constitucionalidade da matéria.

Ramos também leu decisão da Presidência da Câmara negando questões de ordem apresentadas pelos deputados [[Kim Kataguiri]] e [[Adriana Ventura]] nas quais eles argumentam que o Regimento Interno não permite a análise diretamente pelo Plenário de uma PEC sem início de tramitação pela CCJ e por comissão especial.

Segundo a decisão da Presidência, como o calendário da instalação das comissões permanentes ainda não se iniciou, a tramitação ocorrerá diretamente pelo Plenário, garantida a apresentação de emendas e demais regras constitucionais e regimentais aplicáveis à tramitação de PECs.

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