Marco para Embraer (EMBR3): Ações saltam até 4% após anúncio de entrada na frota da Latam

As aeronaves da Embraer passarão a integrar a frota da Latam, em mais um marco alcançado pela fabricante com os jatos E195-E2. Em reação ao anúncio, realizado na manhã desta segunda-feira (22), as ações EMBR3 avançavam 3% na primeira hora de pregão, liderando as altas do Ibovespa (IBOV) em dia negativo para o índice.
Em mais detalhes, o acordo prevê o pedido de 74 aeronaves E195-E2, sendo 24 entregas firmes e 50 opções adicionais de compra, sendo que o pedido firme está avaliado em aproximadamente US$ 2,1 bilhões, em preço de tabela dos aviões.
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O início das entregas está previsto para o segundo semestre de 2026, inicialmente para a Latam Airlines Brasil, com potencial de inclusão de outras afiliadas do grupo no futuro.
O JP Morgan avalia positivamente o anúncio, uma vez que demonstra a capacidade da companhia na conquista de novos clientes, o que reduz o risco de execução e crescimento da empresa.
Por volta de 12h20 (horário de Brasília), EMBR3 subia 4,04%, a R$ 79,85. Acompanhe o tempo real.
Após esse pedido, a carteira comercial da Embraer deve atingir cerca de US$ 19,5 bilhões, ou 511 aeronaves, que representam mais de cinco anos de entrega, nos cálculos do JP Morgan.
“O anúncio de hoje é positivo, corroborando nossa tese otimista sobre o nome, já que a carteira de pedidos comercial continua a crescer em ritmo acelerado […], além disso, o anúncio de hoje representa a estreia do E2 da Embraer na frota da Latam, a principal companhia aérea da América do Sul”, diz o banco em relatório.
Olhando para o futuro, o JP Morgan vê como próximos gatilhos para a Embraer uma potencial redução da tarifa de Donald Trump dos atuais 10% para isenção, além de um possível pedido do C-390 pela Força Aérea dos EUA.
O banco gringo tem classificação overweight, equivalente à compra, para as ações da Embraer.
Dois marcos em um mês só
O mês de setembro está animador para a Embraer. O pedido da Latam é um marco, uma vez que esta será a estreia de aeronaves da fabricante brasileira na companhia aérea — que até então opera aeronaves Boeing e Airbus.
Somado a isso, mais no início do mês, o primeiro marco veio com o pedido Avelo Airlines, também pelo E195-E2. A encomenda estabeleceu um marco ao ser a primeira aérea a operar a maior aeronave comercial da fabricante brasileira nos Estados Unidos.
Na avaliação do Itaú BBA, o novo pedido reforça a competitividade dos produtos da Embraer. A casa continua a colocar a companhia como uma de nossas principais escolhas no setor.
Objetivo da Latam com aeronaves Embraer
O pedido do Grupo Latam à Embraer acompanha o plano de expansão da conectividade na América do Sul e a equipe de analistas do JP Morgan vê o pedido como suficiente para sustentar essa trajetória.
“Essa mudança permitirá à empresa diversificar sua frota, reduzindo assim sua dependência de aeronaves narrowbody da Airbus. Além disso, a introdução de E2s deve permitir que a Latam expanda sua malha e atenda novas rotas mais adequadas a esses tipos de aeronaves”, avaliam.
Os analistas notam, no entanto, que o aumento da diversificação de frota pode introduzir complexidades adicionais de manutenção para a companhia aérea.