Marcos Lisboa: “Em 2036, todo o gasto público será para Previdência se nada for feito”

28 mar 2017, 22:23 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

O presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Marcos Lisboa, destacou há pouco que o principal motivo para a reforma da Previdência é o envelhecimento populacional.

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“Cada brasileiro vai ter que produzir mais porque a relação entre trabalhadores e aposentados vai ser de dois para um daqui a 15 anos. É um País que está ficando velho antes de ficar rico”, disse o pesquisador.

Ele foi o primeiro convidado a expor seus pontos de vista na audiência pública da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a reforma da Previdência (PEC 287/16).

Lisboa afirmou, porém, que a produtividade do trabalhador brasileiro não aumenta há 40 anos. Segundo ele, a população acima de 65 anos vai aumentar 262% até 2060. “Pessoas com 80 anos ou mais serão dez vezes mais.”

Marcos Lisboa chamou de distorção o fato de que os grupos que têm renda maior se aposentam mais cedo por tempo de contribuição. Já os mais pobres, segundo ele, se aposentam por idade. O economista disse ainda que é importante observar a trajetória do gasto com Previdência, que é crescente. “Em 2036, todo o gasto público será para pagar Previdência se nada for feito.”

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Para ele, a melhora dos indicadores de juros e inflação nos últimos meses pode ser revertida caso a reforma não seja aprovada.

A Comissão Especial da Reforma da Previdência analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/16, que altera regras em relação à idade mínima e ao tempo de contribuição para se aposentar, à acumulação de aposentadorias e pensões, à forma de cálculo dos benefícios, entre outros pontos.

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