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Marfrig deve manter o bom desempenho nos próximos trimestres; Santander segue com visão positiva

04 jun 2020, 8:27 - atualizado em 29 mar 2021, 11:58
Marfrig
Na opinião do banco, a reabertura gradual pode permitir que os frigoríficos obtenham melhores preços por cortes premium (Imagem: Divulgação/Marfrig)

O Santander (SANB11) reiterou sua visão positiva para a Marfrig (MRFG3) após participar de conversas com o time de gestão da companhia. Durante as reuniões, os principais executivos afirmaram que a boa demanda global por carne bovina, a depreciação do real frente ao dólar e os ganhos de eficiência podem gerar resultados operacionais robustos nos próximos trimestres, seguindo a trajetória vista no início do ano.

O ambiente nos Estados Unidos e na América do Sul está mais saudável, com a produção da primeira região voltando à normalidade depois que mais de 20 frigoríficos foram fechados por quase 15 dias devido ao aumento no número de funcionários infectados por covid-19.

Segundo o CEO da National Beef, Tim Klein, a taxa média de utilização dos frigoríficos de carne bovina na região norte-americana atingiu 60% em abril, mas já se recuperou e deve estar em torno de 85-90%.

“A logística está funcionando satisfatoriamente e os serviços de alimentação estão gradualmente reabrindo”, complementou o Santander.

Na opinião do banco, a reabertura gradual pode permitir que os frigoríficos obtenham melhores preços por cortes premium, ainda que não o suficiente para elevar os preços aos níveis anteriores.

“Como alternativa, acreditamos que é provável que os frigoríficos desenvolvam novos canais (por exemplo, vendas diretas) para aumentar a lucratividade dos cortes premium”, disse.

Exportadores sul-americanos

Miguel Gularte, CEO da Marfrig, afirmou que o cenário do segundo trimestre está bastante positivo para os exportadores sul-americanos.

A China, no entanto, pode equilibrar a demanda ao longo do ano, apesar de ser um dos principais mercados que importam a carne bovina.

“Segundo Gularte, a escassez de carne de porco na China, devido à peste suína africana, contribuiu para o aumento da demanda por carne bovina nos mercados globais desde meados de 2019”, comentou o Santander. “Gularte enfatizou que o consumo per capita de carne bovina na China ainda é baixo, cerca de 5,5 kg por ano, comparado a quase 47 kg de carne de porco e 9 a 10 kg de aves”.

Bife da Marfrig
O CEO da Marfrig tem uma perspectiva positiva para os exportadores de carne bovina a longo prazo (Imagem: Marfrig/Divulgação/Facebook)

Para o CEO, isso traz uma perspectiva positiva para os exportadores a longo prazo.

Na avaliação do banco, a atuação nos mercados domésticos, como Brasil e Argentina, será menos brilhante, visto que o ambiente econômico se encontra mais desafiador.

“O poder de compra limitado do consumidor e a carne mais cara têm impulsionado a queda de alguns cortes (por exemplo, carne moída)”, explicou. “Gularte observou, no entanto, que os volumes de carne bovina vendidos nesses mercados permanecem bastante resilientes”.

Joint venture

A Marfrig anunciou no fim de maio a criação da PlantPlus Foods, joint venture com a ADM, para produzir e vender carne à base de plantas.

Segundo a empresa, o investimento para o desenvolvimento do novo negócio deve ser mínimo, considerando que serão utilizadas as unidades de Várzea Grande e Ohio para a fabricação dos produtos vegetais.

Preço-alvo

Segundo o Santander, a ação da Marfrig está sendo negociada a aproximadamente 5,4 vezes o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), 10% abaixo da média de 10 anos.

A recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 16.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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