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Marfrig entregou um ano em um trimestre, afirmam analistas

13 ago 2020, 13:06 - atualizado em 13 ago 2020, 13:21
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O Credit Suisse discordou da opinião dos investidores que acreditam que o segundo trimestre marcou o pico do ciclo para a Marfrig (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O balanço do segundo trimestre da Marfrig (MRFG3) valeu pela performance de um ano todo, avaliou o Credit Suisse. A empresa frigorífica, que havia entregado um Ebitda ajustado de R$ 3,6 bilhões em 2018, fez com que o indicador atingisse R$ 4 bilhões entre abril e junho deste ano.

“Os resultados do segundo trimestre de 2020 foram históricos, com a receita líquida subindo 54,2% ano a ano, para R$ 18,9 bilhões”, comentaram Victor Saragiotto e Felipe Vieira, que assinam o relatório divulgado pelo banco e obtido pelo Money Times.

Os analistas ainda discordaram da opinião dos investidores que acreditam que o segundo trimestre marcou o pico do ciclo para a Marfrig.

“É bem provável que o segundo semestre de 2020 venha mais forte do que o segundo semestre de 2019, impondo um novo recorde de lucratividade e geração de fluxo de caixa para um terceiro trimestre”, defenderam Saragiotto e Vieira, que mantiveram a recomendação de compra e o preço-alvo em 12 meses de R$ 20.

A XP Investimentos, que reiterou a compra da ação, caracterizou os resultados da companhia como “excelentes” pelo desempenho recorde tanto na América do Sul quanto na América do Norte.

Mesmo pressionadas pela queda da produção em função do fechamento das plantas nos Estados Unidos, as operações na América do Norte resultaram em uma receita líquida de US$ 2,6 bilhões, um Ebitda de US$ 635 milhões e uma margem Ebitda de 23,7%.

Na América do Sul, o desempenho foi impulsionado pelas exportações, com China e Hong Kong representando cerca de 65% das receitas de exportação da companhia nessa divisão.

“Nada além de impressionante”

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), o balanço da Marfrig veio para ficar nos registros. A companhia superou com folga as estimativas mais positivas e entregou uma performance impressionante.

Marfrig
Apesar dos recordes históricos no segundo trimestre, analistas do BTG Pactual levantaram um questionamento: até quando a boa fase da Marfrig vai durar? (Imagem: Divulgação/Marfrig)

Os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin chamaram atenção para as margens excepcionais, influenciadas pela acentuada redução de abate de gado na região norte-americana.

“Uma queda abrupta das compras de gado e da produção de carne fez com que os preços do gado despencassem e os preços da carne disparassem, beneficiando imensamente as margens das empresas frigoríficas”, explicaram.

Apesar dos recordes históricos no segundo trimestre, Duarte e Brustolin levantaram um questionamento: até quando essa boa fase vai durar?

“A dúvida agora é saber se a forte lucratividade irá durar o bastante para que a Marfrig consiga gerar caixa suficiente para reduzir sua dívida líquida estimada em R$ 18,1 bilhões antes que as margens se normalizem por completo”, afirmaram. Na avaliação dos analistas, a indústria de proteína animal irá usufruir do momentum positivo no segundo semestre, mas o ciclo da pecuária nos Estados Unidos esfriará eventualmente em 2021.

O BTG pretende atualizar a tese de investimento da Marfrig em breve. Por ora, o banco manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 13 para os próximos 12 meses.

A Ágora Investimentos, que seguiu com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 17, estimou uma margem Ebitda muito menor para as operações de carne bovina nos Estados Unidos nos próximos trimestres, o que deve desacelerar a dinâmica dos lucros.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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