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Marink Martins: a ameaça do vírus “contábil” brasileiro, cuidado com o “Ricúpero”!

10 fev 2020, 15:36 - atualizado em 10 fev 2020, 15:36
Mercados sobe
“Confesso que acredito que este seja o evento mais importante abalando o otimismo do investidor local”, comenta Marink Martins (Imagem: Unsplash/@frankbusch)

Embora eu reconheça que o mundo esteja sintonizado nos acontecimentos associados a expansão do vírus Corona na China e suas repercussões econômicas globais, quero te chamar atenção aos riscos associados a um outro tipo de vírus: um associado a manipulação contábil por empresas locais.

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O vírus a que me refiro de forma irônica aqui não é uma novidade. Ele está sempre presente na economia. O economista americano John Kenneth Galbraith o chama de “Bezzle” e, descrevi em um comentário escrito há algumas semanas, como o nível de falcatruas presente em uma economia em uma dada época.

O economista afirmou em sua obra o que todos sabem, mas que tendem a esquecer em períodos de euforia: o tal do “Bezzle” cresce significativamente em períodos de euforia na bolsa de valores.

E é justamente sobre o “Bezzle” que a gestora Squadra Investimentos vem discutindo em suas Cartas aos Investidores ao falar sobre a tese de investimentos associada a empresa IRB Resseguros do Brasil.

Confesso que acredito que este seja o evento mais importante abalando o otimismo do investidor local. Vou além, e afirmo que as alegações associadas aos métodos contábeis colocados em prática por aqui afetam mais a confiança do investidor do que as ameaças do vírus Corona que vem paralisando a China.

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Ao ter atuado na área de Relações com Investidores de uma empresa listada na bolsa pude ver que o tratamento contábil associado a itens como ativos intangíveis pode ser extremamente problemático.

Não quero aqui afirmar que os balanços sejam manipulados, mas sim fazer com que o leitor entenda que há espaço para subjetividade em diversos dos lançamentos contábeis presentes nas demonstrações financeiras.

Cabe ao investidor dedicar tempo para ler e entender as notas explicativas que acompanham os balanços. Fuja de um material chamado de “earnings release” – este é um instrumento de marketing das áreas de RI que tem como objetivo te mandar um “Ricúpero”.

Você por acaso sabe quem foi Rubens Ricúpero e o que o derrubou? Já ouviu falar no Escândalo da Parabólica?

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Bem, você poderá saber os detalhes através da wikipedia, mas te digo que o ministro que foi considerado o sacerdote do Plano Real, caiu pois foi flagrado em uma conversa com um famoso jornalista dizendo o seguinte:

“Eu não tenho escrúpulos. Eu acho que é isso mesmo: o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.

Trata-se do velho “Bezzle” de Galbraith. Ele já derrubou ministros e mercados. Fique atento. Caveat Emptor!

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Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principias estratégias de investimento em Wall Street.
Marink.Martins@moneytimes.com.br
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Formado em Finanças pela University of North Florida, em Jacksonville, Marink Martins é um dos maiores especialistas do Brasil em operações não direcionais, com especial foco em Opções e em volatilidade. Em seus mais de 20 anos no mercado financeiro, experimentou as euforias da Bolsa de Valores e sobreviveu às suas piores crises, tendo contato com as principias estratégias de investimento em Wall Street.
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