MBRF (MBRF3) mira diversificação, na trilha da JBS (JBSS32), segundo analista; aporte na Cosan (CSAN3) ainda repercute
A MBRF (MBRF3), resultado da fusão entre Marfrig e BRF, tem a ampliação da diversificação como o principal ponto de destaque, segundo Diego Horst, sócio-diretor da Kaza Capital.
No Giro do Mercado desta terça-feira (23), apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista destacou que a operação é estratégica, já que amplia os produtos de atuação da Marfrig, antes muito dependente da carne bovina in natura.
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“A Marfrig era muito concentrada em Brasil e Estados Unidos, e no produto in natura, que é bastante sensível. Agora, passa a acessar mercados que antes não tinha e ganha em logística e diversificação. O potencial é enorme, mas vai depender da execução”, afirmou Horst.
Segundo Horst, a BRF, que já foi vista como um player global promissor após a fusão entre Sadia e Perdigão, perdeu força nos últimos anos por falhas de gestão. A expectativa agora é que a Marfrig consiga resgatar esse potencial com uma administração mais focada.
Na visão do analista, a fusão também tem importância estratégica para o país: “Quando você agrega valor, em vez de exportar só carne in natura, e oferece marcas e produtos processados, o Brasil ganha competitividade global. A companhia tem potencial para se tornar uma nova marca global, competindo de igual para igual com gigantes internacionais”, disse.
MBRF no caminho da JBS?
Horst comparou o movimento da companhia ao caminho seguido pela JBS (JBSS32), que cresceu globalmente após adquirir a Seara e ampliar a linha de processados.
Ele considera que a nova companhia deve se consolidar como concorrente mais forte da JBS, podendo inclusive trilhar caminho semelhante no mercado internacional.
O especialista comentou as declarações do controlador Marcos Molina sobre uma possível listagem nos EUA, mas ponderou que o movimento deve ficar para o médio prazo.
“É cedo para antecipar uma listagem lá fora. Antes, a empresa precisa mostrar resultados robustos. Mas é natural que esse seja o objetivo final, porque o mercado americano é muito mais líquido e facilita captação a custos menores do que no Brasil, especialmente com juros a 15% aqui”, afirmou.
Mercado ainda repercute aporte na Cosan
Além da estreia da MBRF na bolsa, um dos grandes destaques corporativos da semana foi o aporte de R$ 10 bilhões do BTG Pactual Holding & Asset Management e da empresa de investimentos Perfin na Cosan (CSAN3).
Segundo Horst, o momento da companhia é sensível no curto prazo, com o aporte de capital precificando as ações em R$ 5. Portanto a queda do ativo na bolsa é um reflexo da operação, já que o papel negocia acima deste valor.
Entretanto, o especialista acredita que no longo prazo, a operação deve melhorar o perfil financeiro da companhia. “A companhia está usando isso para reduzir o endividamento. A situação estava escalando e piorando de forma considerável”, disse ele, lembrando que ainda resta saber o que deve ser feito com a Raízen (RAIZ4).
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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