Mercados

Melhora nos dados de Covid justifica salto das bolsas nos EUA

18 ago 2020, 15:29 - atualizado em 18 ago 2020, 15:29
EUA Bandeira
Paralelamente, dados econômicos em tempo real ressaltam uma recuperação lenta, mas constante, aliviando investidores do mercado acionário em um momento em que o S&P 500 flerta com outro recorde (Imagem: Unsplash/@bonniekdesign)

Nos EUA, somente na última semana, discussões sobre um pacote de estímulo estagnaram, o rendimento dos títulos subiu e um indicador de inflação disparou.

As ações, que já eram negociadas no maior nível de preço em relação aos lucros em uma geração, não se abalaram. Para explicar tudo isso, alguns investidores citam dados sobre a disseminação da Covid-19.

Os indicadores sobre novos casos diários, parcela de testes positivos e pessoas hospitalizadas parecem estar melhorando, com evidências crescentes de que o pico do surto nos estados na faixa sul do país ficou para trás.

Paralelamente, dados econômicos em tempo real ressaltam uma recuperação lenta, mas constante, aliviando investidores do mercado acionário em um momento em que o S&P 500 flerta com outro recorde.

“Vimos algumas tendências realmente positivas”, disse Ryan Detrick, estrategista sênior de mercado da LPL Financial. “Esses são alguns grandes aspectos positivos e é em parte por isso que as bolsas estão nas máximas.”

Ainda assim, atribuir causa e efeito em qualquer mercado é uma empreita e tanto e afirmar que qualquer fator específico — inclusive a melhora dos dados da Covid-19 — impulsiona as ações aumenta o risco de se encaixar os fatos em uma narrativa predeterminada.

No entanto, o vírus foi tema dominante no mercado acionário em 2020, quando a crise de saúde colocou as bolsas em território negativo na maior velocidade já vista. Agora, gestoras de fundos sondadas pelo Bank of America demonstram o maior otimismo desde fevereiro e esperam o anúncio de uma vacina no início do primeiro trimestre de 2021.

Os investidores citam como justificativa a melhora das estatísticas da Covid. O número de novos casos diários nos EUA entrou em “colapso”. Estados que recentemente foram epicentro da doença — Flórida, Califórnia, Arizona e Texas — se distanciaram dos picos, de acordo com Tom Lee, da Fundstrat Global Advisors.

A Califórnia está finalizando a contagem de casos atrasados, mas os outros três estados tiveram quedas nos casos diários de pelo menos 75% em relação aos níveis máximos.

Para alguns investidores, o achatamento da curva do coronavírus e a melhora das métricas formam uma faca de dois gumes. É ótimo do ponto de vista da saúde humana, mas essas boas notícias poderiam teoricamente colocar em risco outro pacote de estímulo de Washington.

Paul Hickey, cofundador do Bespoke Investment Group, comemora a melhora nas taxas de testes positivos e hospitalizações. A realização de testes vem aumentando novamente após atingir o pico em meados de julho e esse movimento acompanhou uma queda nos casos confirmados, segundo ele.

Estrategistas de crédito do BofA estimam que o número de pessoas hospitalizadas nos EUA devido ao vírus diminui aproximadamente 1% por dia.

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