Mercados

Mercado ainda espera ação coordenada após corte dos juros do Fed

09 mar 2020, 13:27 - atualizado em 09 mar 2020, 13:27
Federal Reserve
É um cenário bem diferente do panorama visto na crise financeira de 2008, quando seis dos principais bancos centrais do mundo cortaram os juros em um movimento coordenado (Imagem: Reuters/Chris Wattie)

Quase uma semana desde que as principais autoridades financeiras do mundo se comprometeram a usar “todas as ferramentas políticas apropriadas” para proteger a economia do surto de coronavírus, os mercados despencam e investidores se perguntam onde estão os bancos centrais.

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Enquanto o Federal Reserve dos EUA e o Banco do Canadá reduziram os juros quase imediatamente após a teleconferência do G-7 na última terça-feira, seus pares se movem muito mais devagar.

Nenhum dos maiores bancos centrais europeus cortou os juros, tampouco o Banco do Japão. As medidas chinesas têm sido limitadas.

É um cenário bem diferente do panorama visto na crise financeira de 2008, quando seis dos principais bancos centrais do mundo cortaram os juros em um movimento coordenado, e o Banco do Japão emitiu um comunicado dizendo que apoiava a medida.

Alguns formuladores de políticas talvez esperem que os governos possam enfrentar a turbulência com estímulos fiscais. As taxas de juros estão muito mais baixas do que em 2008, e medidas radicais, como compras de ativos e empréstimos baratos de longo prazo, levaram bancos centrais quase ao limite.

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“O corte de emergência do Fed na semana passada não fez o que deveria, proporcionar claro suporte aos mercados”, disse Karen Ward, estrategista-chefe de mercado para a região da Europa, Oriente Médio e África no JPMorgan Asset Management, em entrevista à Bloomberg Television.

“Acho que se tivesse sido coordenado, talvez sim, mas é muito difícil coordenar bancos centrais quando estamos nos limites de munição.”

No entanto, como a queda do petróleo aumenta a sensação de emergência, a pressão se intensifica para que autoridades monetárias provem que não esgotaram totalmente seus poderes.

Limites da zona do euro

O BCE realiza reunião de política na quinta-feira, e autoridades até agora não deram sinais de que pretendem agir antes disso. Mesmo quando ajam, as medidas talvez não sejam drásticas.

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Investidores esperam um corte de 10 pontos-base, e alguns economistas acreditam que as compras de títulos serão impulsionadas. Também é provável uma medida para injetar liquidez em pequenas empresas em dificuldades.

O dilema é que a taxa de depósito está em recorde de baixa, negativa em 0,5%, e a flexibilização quantitativa, que foi retomada no ano passado, se aproxima dos limites destinados a impedir que o programa viole a lei da União Europeia.

Sob o comando da presidente Christine Lagarde, autoridades do BCE expressaram preocupação de que suas políticas de afrouxamento afetem o sistema bancário e causem bolhas de ativos.

Qualquer ação limitará ainda mais as opções futuras, o que significa que um refrão comum das autoridades provavelmente soará mais alto: os governos devem fazer mais.

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Até o momento, apenas a Itália anunciou medidas fiscais significativas. A Alemanha, a maior economia da região e a que tem mais dinheiro público de sobra, concordou em adotar medidas limitadas após mais de sete horas de negociações no domingo.

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bloomberg@moneytimes.com.br