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Mercado global recua; sinais positivos na política local podem aliviar pregão em dia de Copom

08 maio 2019, 9:12 - atualizado em 08 maio 2019, 9:12
Matéria da Reuters de hoje disse que a China reescreveu drasticamente os sete apartados do pré-acordo comercial que devia ser assinado com os EUA

Por TradersClub

De Xangai a Frankfurt, a quarta-feira é de quedas nas bolsas e de maior aversão ao risco, porém de forma menos intensa do que na véspera. O investidor impulsiona a procura por ativos mais seguros, como o ouro ou o iene, à medida em que o noticiário relacionado à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China traz mais detalhes de como e por que as divergências entre os dois países estão se aprofundando.

Matéria da Reuters de hoje disse que a China reescreveu drasticamente os sete apartados do pré-acordo comercial que devia ser assinado com os EUA no final desta semana: segundo a reportagem, os chineses deram para trás nos seus compromissos de mudar as leis que hoje permitem o roubo de propriedade intelectual e segredos comerciais americanos, a transferência forçada de tecnologia dos americanos, de impedir o acesso a empresas americanas e de estimular a manipulação do iuan para manter o país competitivo. Atender a essas demandas de forma abrangente era visto como fundamental para evitar que os EUA fossem para a guerra comercial. Será que o acordo foi para o espaço?

Apesar do cenário externo cada vez mais nebuloso, desanimado e volátil, há chances de que os ativos brasileiros mostrem um desempenho menos desfavorável do que ontem. Supreendentemente, eles se mantiveram em linha: os juros finalizaram o dia mistos, com as pontas curta e longa da curva mostrando recuos leves. O dólar terminou o dia quase inalterado – ganho de 0,1%.

E a bolsa, que chegou a cair 2,4% no meio da sessão, fechou em queda de 0,65%. Parte disso, segundo Marcos Mollica, gestor do fundo Opportunity, reflete sinais promissores na política local. Exemplos são a aprovação da medida provisória para incentivar os investimentos em saneamento – mesmo que com mudanças na proposta original – e a recriação de ministérios, que deve abrir espaço para apoio político ao governo em meio à tramitação da reforma da Previdência.

Bolsonaro sugeriu que uma indicação para o ministério das Cidades, que seria recriado, viria da frente dos prefeitos

Em entrevista à RedeTV, o presidente Jair Bolsonaro disse na madrugada de hoje que acha que já existe maioria suficiente para aprovar a reforma na Câmara. Ele sugeriu que uma indicação para o ministério das Cidades, que seria recriado, viria da frente dos prefeitos – indicando que pode acenar para um político tradicional, sob certas condições. E, finalmente, as discussões sobre a reforma na comissão especial da Câmara envolverão um calendário rápido. Para Mollica, “se fosse dar certo, começaria assim.”

Mesmo assim, o destaque na agenda de hoje ficará por conta da reunião do comitê de política monetária do Banco Central, que deve manter a taxa básica de juros Selic estável em 6,50%. O investidor precisa prestar atenção a possíveis mudanças no teor do comunicado e nas sinalizações do Copom, como o comitê é conhecido. Além dos números de IGP-DI de abril e de pedidos de hipotecas nos EUA, hoje teremos uma enxurrada de resultados e teleconferências.

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