Economia

Mercado reduz projeções para dívida, mas piora resultado primário em 2025 e 2026, mostra Prisma

13 jun 2025, 12:34 - atualizado em 13 jun 2025, 12:34
Dívida pública federal tesouiro nacional
(Imagem: rodrigobellizzi/Getty Images)

Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda melhoraram as previsões para a dívida pública bruta em 2025 e 2026, mas pioraram as estimativas para o resultado primário nos dois períodos, projetando aumento da despesa total do governo central, mostrou nesta sexta-feira (13) o relatório Prisma Fiscal de junho.

Os economistas agora esperam que a dívida bruta do governo geral chegue a 80,10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2025, abaixo dos 80,30% projetados em maio. Em 2026, a previsão é de que a dívida alcance 84,17% do PIB, ante projeção anterior de 84,49%.

Em relação ao resultado primário, no entanto, a expectativa mediana agora é de saldo primário negativo de R$ 74,725 bilhões em 2025, ante visão anterior de déficit de R$ 72,687 bilhões. Para 2026, a projeção para o resultado primário foi a um déficit de R$ 81,488 bilhões, ante R$ 80,690 bilhões no mês passado.

As estimativas para o resultado primário seguem distantes das metas estabelecidas pelo governo de déficit zero em 2025 e superávit de 0,25% do PIB em 2026.

A piora nas projeções veio na esteira de estimativas maiores para a despesa total do governo central. No relatório, houve aumentos na previsão para as despesas neste ano, a R$ 2,393 trilhões, de R$ 2,383 trilhões anteriormente, e no próximo, a R$ 2,567 trilhões, de R$ 2,545 trilhões em maio.

Para a receita líquida do governo, a expectativa mediana subiu para este ano e o próximo. A nova projeção indica a entrada de R$ 2,317 trilhões em 2025, contra R$ 2,313 trilhões estimados no mês anterior. Em 2026, o dado é visto em R$ 2,471 trilhões, contra R$ 2,464 trilhões projetados em maio.

O mercado tem demonstrado preocupação com a capacidade do governo de melhorar a trajetória das contas públicas, com dúvidas sobre a sustentação do arcabouço fiscal e a trajetória de gastos, enquanto o choque nos juros pelo Banco Central tende a elevar o custo da dívida pública.

Em busca de cumprir as regras fiscais deste ano, o governo anunciou no fim de maio uma contenção de R$31,3 bilhões em gastos de ministérios, anunciando também uma elevação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) com impacto sobre empresas, operações de câmbio e previdência privada.

A mudança no IOF, no entanto, gerou enorme repercussão negativa no mercado e no Congresso, gerando um impasse, conforme a equipe econômica e líderes parlamentares entraram em negociações para substituir parte da proposta do governo com outras medidas.

Na quarta-feira, o governo publicou novo decreto sobre o IOF, com vários recuos, e uma medida provisória para compensar a arrecadação perdida com as mudanças. Entretanto, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, já indicou que os parlamentares desejam sustar o decreto e que a MP deve enfrentar “resistência”.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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