Mercados

Tarifas de Trump: Mercado global sob pressão e Brasil cauteloso, avalia head do Santander Asset

22 abr 2025, 13:40 - atualizado em 22 abr 2025, 13:40
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Head de alocação do Santander Asset aponta que Brasil foi menos afetado pelas tarifas de Trump, mas não está imune à aversão ao risco global. (Imagem: Bigc Studio/Canva)

As medidas tarifárias anunciadas por Donald Trump no início deste mês trouxeram consigo inúmeras incertezas para a economia global. Desde então, mercados vêm acompanhando com atenção os desdobramentos da política econômica dos Estados Unidos (EUA), enquanto o ambiente doméstico no Brasil permanece desafiador para a condução da política monetária.

Segundo Renato Santaniello, head de alocação da Santander Asset Management, as tarifas superaram as expectativas do mercado, provocando um aumento na aversão ao risco. Esse movimento gerou saídas de capital dos EUA e pressionou as bolsas internacionais. Embora o Brasil tenha sido menos impactado diretamente, a volatilidade global ainda afeta o país.

“A gente sofreu menos, visto que aqui, não temos um déficit grande como nos Estados Unidos, e foi isso que ele usou para calibrar as tarifas. Então, fomos um dos menos prejudicados”, diz. “No relativo, a gente está bem favorecido nesse processo”, afirma, em entrevista exclusiva ao Money Times.

Para Santaniello, embora não tenha sido “tão ruim” para o Brasil, não “estamos isolados”. Isso porque, com as bolsas internacionais caindo, o mercado nacional acaba em queda junto. “Talvez menos que outras regiões, mas ainda assim é um cenário que pode ser negativo”, completa.

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Crise nos mercados: Onde investir?

A Carta Mensal de abril da Santander Asset reforça o tom de cautela nos mercados globais, com destaque para as diretrizes econômicas dos EUA, os estímulos na China e os entraves domésticos no Brasil.

A equipe destacou que, em um contexto de desglobalização e tensões geopolíticas, setores como o de energia elétrica ganham espaço nas alocações, em detrimento de setores mais expostos à cadeia global, como mineração e tecnologia.

Dessa forma, a recomendação da gestora para os investidores é clara: manter portfólios diversificados, evitar decisões extremas e buscar equilíbrio entre risco e retorno.

Por outro lado, a postura é de neutralidade na renda fixa local, diante da persistência da inflação e das incertezas externas. Já para a renda variável, o foco está nas ações globais, com o mercado brasileiro ainda pressionado por incertezas fiscais e crescimento fraco.

O que impacta a confiança do investidor

No mês passado, o cenário internacional foi marcado pela manutenção dos juros americanos em 4,5% pelo Federal Reserve (Fed) e pelo impacto das novas tarifas impostas por Trump, criando um ambiente de volatilidade e ajustes nas estratégias dos investidores.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 14,25% ao ano, com sinalização de um aperto monetário mais brando na próxima reunião — programada para dia 7 de maio. Apesar disso, o ambiente interno segue pressionado por uma inflação persistente e expectativas instáveis.

O real se desvalorizou frente ao dólar, enquanto o Ibovespa encerrou março em alta, acompanhando o movimento de desaceleração na inclinação da curva de juros.

Porém, o que impactou de verdade o mercado, gerando níveis de altos e baixos, foi a guerra comercial entre China e EUA. Os investidores acompanharam atentamente o embate tarifário entre as duas maiores economias do mundo, sendo que o troca-troca de tarifas resultou em um governo chinês enfrentando uma tarifa de até 245% sobre as importações para os EUA; do outro lado, os norte-americanos estão com uma taxa de até 125% para entrar no mercado chinês.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.