Internacional

Mesa diretora da câmara sobre Mercosul discutirá situação da Venezuela

11 fev 2019, 9:39 - atualizado em 11 fev 2019, 9:47
Chinaglia vai propor que o Parlasul assine uma nota defendendo a negociação e o diálogo – Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Os acontecimentos recentes na Venezuela e a definição de ações para superar a crise estão na pauta da reunião de hoje da Mesa Diretora do Parlamento do Mercosul (Parlasul).

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O Parlasul irá se reunir em Montevidéu, no Uruguai, às 9 horas, para debater o assunto. Apesar da suspensão do país como membro do Mercosul, a Venezuela se mantém como Estado Parte do Parlasul, com direito de voz e voto.

A crise na Venezuela se agravou desde as eleições realizadas em maio do ano passado. O processo, que deu a vitória ao presidente Nicolás Maduro, foi considerado fraudulento por vários países, incluindo o Brasil.

No mês de janeiro, o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autodeclarou presidente interino da Venezuela e pediu novas eleições. Desde então as ruas foram tomadas por manifestantes. Maduro já declarou que não renunciará e que “vai ao combate”.

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Vários países, entre eles o Brasil, já reconheceram Guaidó como presidente. Por causa do agravamento da instabilidade política, a Venezuela também sofre com o desabastecimento de produtos de primeira necessidade e o aumento da violência, o que está fazendo com que muitas pessoas vivam em situação precária ou decidam deixar o país.

O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) é um dos vice-presidentes do Parlasul. Ele afirma que a situação do país é complicada devido ao bloqueio comercial que sofre e que os detalhes têm que ser analisados com cuidado, já que não é possível ter todas as informações e afirmar que tudo o que o governo fez estava incorreto.

“O fato concreto é que houve o agravamento quando o presidente da assembleia venezuelana se autoproclamou presidente interino. E aí chama muita atenção porque os mesmos países que dizem que na Venezuela não tem democracia reconhecem alguém que nunca disputou uma eleição presidencial e não unifica sequer a oposição”, diz.

Chinaglia posicionou-se contra uma intervenção internacional na Venezuela. Para ele, isso só serviria para agravar a crise no país.

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“Uma aventura militar vai ter um alto custo em vidas humanas, traz a crise para toda a América Latina e, se é verdade que todo mundo está preocupado com a crise humanitária, nada agrava mais uma crise humanitária do que uma intervenção externa”.

Durante a reunião, Arlindo Chinaglia irá propor que o Parlasul assine uma nota defendendo a negociação e o diálogo. Ele também levantou a possibilidade de ser negociada a realização de novas eleições.

Já na opinião do deputado Alex Manente (PPS-SP), toda a crise no país sul-americano é fruto do governo de Nicolás Maduro. Manente acredita que o presidente venezuelano impôs uma ditadura e que a sua recusa em aceitar ajuda humanitária agrava a situação da população.

“Os principais países do mundo já estão sendo direcionados para sua oposição, para legitimar aquilo que a sociedade não consegue prestar devido à falta da democracia. Acho que nós temos que reafirmar esse apoio que institucionalmente o Brasil já concedeu à oposição de Maduro e consolidar um novo momento democrático na Venezuela, onde toda a população possa expressar a sua opinião.”

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O Parlasul é composto por parlamentares da Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Venezuela, sendo esta última delegação composta de parlamentares do partido no poder e da oposição.

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