Economia

Copom de junho mantém ‘porta aberta’ para alta da Selic, diz BTG

19 maio 2025, 12:04 - atualizado em 19 maio 2025, 12:04
Copom, Selic, Mercados, Economia, BTG Pactual
Copom mantém tom contracionista e deixa aberta a possibilidade de nova alta da Selic em junho, segundo análise do BTG Pactual. (Imagem: Banco Central)

O BTG Pactual estima que uma alta da taxa básica de juros (Selic) em junho ainda está nos planos do Banco Central (BC), mas não é o cenário base, conforme a ata mais recente dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom).

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O economista-chefe Mansueto Almeida e sua equipe pontuam que o documento da reunião de maio manteve, de modo geral, o tom já presente no comunicado pós-reunião, mas introduziu nuances relevantes, sugerindo maior convicção entre os membros do comitê “quanto à (necessária) moderação da atividade econômica”.

“O documento destaca diversos canais de transmissão da política monetária já em andamento, incluindo crédito, sentimento, taxa de câmbio e mercado de trabalho, e reforça que os efeitos cumulativos de altas anteriores devem se aprofundar nos próximos trimestres”, destacam.

A ata também reforça que a inflação e as expectativas permanecem sob pressão, e que o cenário atual ainda exige uma postura de política monetária significativamente contracionista por um período prolongado. Ao mesmo tempo, o texto enfatiza que o estágio avançado do ciclo de aperto monetário e a elevada incerteza exigem cautela e flexibilidade adicionais para a incorporação de novos dados.

Embora o tom geral pareça mais consistente com a manutenção da taxa Selic no nível atual de 14,75%, a comunicação não descarta uma última alta em junho, caso os dados divulgados a justifiquem.

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Segundo a equipe, a calibração da política monetária continuará dependendo da evolução das expectativas de inflação, das projeções e dos dados correntes, bem como da visão em constante atualização do comitê sobre a atividade econômica.

“Em nossa opinião, o cenário base agora favorece uma pausa, mas o risco de uma alta (residual) de 25 pontos-base permanece em pauta, e com razão”, dizem. “Por outro lado, cenários que contemplam flexibilização monetária parecem distantes, dado o reconhecimento, pelos próprios comitês, de um ambiente desafiador e de expectativas pouco ancoradas”.

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Risco internacional

No cenário internacional, a equipe aponta riscos crescentes, impulsionados pelas tarifas e pela desaceleração global. Isso porque o Copom aprofundou sua avaliação sobre as implicações da política comercial dos Estados Unidos (EUA), com maior clareza sobre os canais de transmissão das tarifas — incluindo cadeias globais de suprimentos, preços relativos e decisões de consumo e investimento.

Agora, o comitê considera a incerteza global significativamente mais pronunciada do que em avaliações anteriores e projeta uma desaceleração mais acentuada da economia norte-americana do que a prevista anteriormente.

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“A mudança de tom também inclui um reconhecimento mais direto dos desafios que esses desenvolvimentos representam para as condições financeiras globais e para a credibilidade das estruturas monetárias, reforçando a necessidade de cautela adicional na política interna”, afirmam.

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Estagiária
Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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