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MGLU3, VIIA3 e AMER3: Resultados de Mercado Livre e Alibaba são péssimas notícias para varejistas?

05 ago 2022, 19:00 - atualizado em 05 ago 2022, 19:00
Mercado Livre
Mercado Livre reportou lucro recorde e consolida sua posição como líder do e-commerce na América Latina

Em resultados divulgados na semana, Mercado Livre (MELI) e Alibaba (BABA) mostraram por que estão onde estão.

Os dados fortes das duas gigantes do e-commerce não representam boas notícias para os varejistas brasileiros, que estão travadas na difícil batalha de concorrer em pé de igualdade em um setor altamente competitivo. 

Vencer o Mercado Livre é uma tarefa desafiadora para os varejistas nacionais. O lucro recorde do Mercado Livre, o aumento de 52,5% na receita e o acréscimo de 3,5 milhões de novos consumidores na base explicam a posição de liderança da empresa argentina no mercado brasileiro.

Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) ainda não reportaram seus balanços, mas os números do Mercado Livre devem superar os concorrentes brasileiros, avaliam analistas do Itaú BBA. 

Segundo o time de análise de consumo do Itaú, o avanço da receita de anúncios digitais e a solidificação da estratégia de monetização da plataforma foram pontos fortes da empresa argentina.

Em outra frente, a análise do Bank of America destaca que a presença de uma rede de mais de 6.500 parceiros varejistas, antes usados para operações logísticas de média distância, tem fortalecido o modelo “retire na loja” do Mercado Livre e auxilia no suporte continuado ao Mercado Pago

A fintech de serviços financeiros do Mercado Livre traz cerca de 35% da receita total da marca e se tornou destaque ao oferecer cada vez mais vantagens aos comerciantes que negociam suas vendas por ela.

Tanto no digital quanto na modernização logística, a estratégia operacional do Mercado Livre no Brasil, país onde a empresa obtém 55% de sua receita, tem dado resultados diferenciados que se traduzem em novos investimentos.

Everton Medeiros, sócio e assessor da InvestSmart XP, diz que o apetite em investimentos do Mercado Livre pode ser sentido pela “injeção de R$ 17 bilhões anunciados em março de 2022, envolvendo a inauguração de quatro centros logísticos posicionados para aumentar suas entregas”. 

Alibaba chega para somar na competição

Não bastasse a preocupação com a Mercado Livre, os varejistas brasileiros têm também travado forte concorrência com as gigantes chinesas. Entre elas, a AliExpress, plataforma de varejo da gigante Alibaba, já aparece com a sexta maior participação no mercado de e-commerce brasileiro.

O Alibaba também reportou um balanço corporativo acima das expectativas. “Apesar de mudanças macro e intensa regulação do governo chinês, o Alibaba reportou lucro estável e aumento das receitas de divisão de serviços de nuvem”, diz Everton.

A equação “lucro líquido + contínuo crescimento da base de clientes”, que dá propulsão à expansão das atividades tanto de Mercado Livre quanto de Alibaba, não está dada para os varejistas brasileiras.

Magalu, Via e Americanas foram jogados no meio de uma tempestade perfeita, com a inflação alta e a Selic em dois dígitos penalizando o poder de compra dos consumidores e, por consequência, reduzindo as margens de lucratividade dessas empresas.

Ainda sem planos de ação concretos diante de um ambiente altamente competitivo, por ora, resta às varejistas brasileiras o sonho de um reinado sem disputas, como a Amazon faz no mercado americano.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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