Miguel Uribe: Quem foi o político colombiano morto após atentado?
O senador Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, faleceu na manhã desta segunda-feira (11), pouco mais de dois meses após ter sido baleado durante um comício em Bogotá, Colômbia.
Pré-candidato à presidência pelo partido oposicionista Centro Democrático, Uribe discursava para apoiadores durante um ato político em 7 de junho quando foi atingido por três tiros, sendo dois deles na cabeça. A polícia identificou o autor dos disparos como um jovem de 15 anos que estava em uma motocicleta. No entanto, a motivação do ataque ainda não foi esclarecida pelas autoridades.
Desde o atentado, o senador estava internado em estado crítico em um hospital de Bogotá e foi submetido a diversas cirurgias, mas não se recuperou. O falecimento do líder opositor foi confirmado por sua esposa, María Claudia Tarazona, em postagem nas redes sociais.
Quem era Miguel Uribe
Nascido em Bogotá, em 1986, Miguel Uribe pertencia a uma família tradicional da política colombiana. Embora seu sobrenome seja por vezes erroneamente associado ao do ex-presidente Álvaro Uribe — recentemente condenado a 12 anos de prisão domiciliar por corrupção e fraude — Miguel era membro de outro importante clã: o Turbay.
Ele era neto do ex-presidente Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay. Julio Turbay, do Partido Liberal, governou a Colômbia entre 1978 e 1982.
Diana Turbay, renomada jornalista nacional, foi sequestrada em 1990 por criminosos ligados a Pablo Escobar, líder do Cartel de Medellín. Ela morreu em 1991 durante uma tentativa frustrada de resgate policial, episódio detalhado no livro “Notícia de um Sequestro”, do escritor Gabriel García Márquez. Miguel tinha quase cinco anos quando sua mãe faleceu.
Miguel Uribe iniciou sua carreira política em 2012. Formado em Direito pela Universidade de Los Andes, também possuía mestrados em Políticas Públicas (pela mesma universidade) e em Administração Pública, pela Universidade Harvard.
Aos 26 anos, foi eleito vereador de Bogotá pelo Partido Liberal, o mesmo de seu avô. Em 2016, foi nomeado secretário municipal pelo então prefeito Enrique Peñalosa e, no mesmo ano, casou-se com María Claudia Tarazona.
Em 2019, concorreu à prefeitura de Bogotá por um movimento independente, mas foi derrotado por Claudia López. Em 2022, atendeu ao convite do ex-presidente Álvaro Uribe e migrou para o Centro Democrático, partido pelo qual foi eleito senador.
No momento do atentado, Miguel Uribe estava em pré-campanha para buscar a indicação do partido à presidência da Colômbia em 2026. Ele deixa a esposa, María Claudia Tarazona, e o filho Alejandro, de quatro anos.
