Privatizações

Milei oficializa plano de privatizar a YPF, a “Petrobras argentina”, os Correios e mais 39 estatais; veja lista completa

27 dez 2023, 20:10 - atualizado em 27 dez 2023, 20:10
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Motosserra em ação: Milei pretende privatizar 41 estatais, como a petrolífera YPF, os Correios e o Banco de La Nación (Imagem: REUTERS/ Kevin Lamarque)

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, oficializou, nesta quarta-feira (27), os planos para privatizar algumas das mais emblemáticas estatais do país, como a petrolífera YPF, a “Petrobras argentina”, os Correios e a Aerolíneas Argentinas. No total, 41 estatais foram listadas para  possível privatização.

Segundo o site Infobae, a relação de estatais privatizáveis consta em um anexo ao megaprojeto de lei encaminhado hoje ao Congresso argentino, contendo as mais de 300 medidas anunciadas na semana passada, cujo objetivo é reformar profundamente a economia e o Estado.

Com certeza, das empresas listadas, a que mais interessa aos investidores privados é a YPF, que conta com 51% de participação do governo argentino, e os 49% negociados nas bolsas de Nova York e de Buenos Aires. Seu valor de mercado atual é de cerca de US$ 8 bilhões.

Assim como a Petrobras (PETR4) é a maior empresa brasileira, a YPF é a maior companhia argentina, com receita de US$ 17,8 bilhões no acumulado de 12 meses até setembro. Com uma produção diária de 520 mil barris de óleo equivalentes (boe), as finanças da YPF refletem a ruína do país nos últimos anos.

Com um ebitda ajustado de US$ 926 milhões no terceiro trimestre (3T23), a companhia registrou prejuízo líquido de US$ 137 milhões. Para piorar, o Capex de US$ 1,5 bilhão é 36% maior que o do mesmo período do ano passado, acarretando queima de caixa – tudo temperado por um crescente endividamento.

A YPF encerrou setembro com uma dívida líquida de US$ 6,7 bilhões, representando um crescimento de US$ 1 bilhão no intervalo de 12 meses.

Privatização argentina: Lista de Milei vai muito além da YPF

Embora a YPF seja a mais vistosa das estatais que Milei pretende vender, outras empresas também devem chamar a atenção, como a companhia de saneamento AySA, que atende quase 15 milhões de argentinos em 26 localidades, além da Grande Buenos Aires.

Na relação, estão ainda o Banco de La Nación Argentina, maior instituição financeira do país, a Casa da Moeda, diversas ferrovias etc.

Segundo o Infobae, no texto que acompanha a lista, Milei justificou a intenção de privatizar as estatais com o argumento de que isso atenderia “a necessidade de concentrar a atividade do Estado em suas funções essenciais”.

O presidente acrescentou que o objetivo da reforma do Estado proposta é “gerar maior competência e eficiência econômica, reduzir a carga fiscal, melhorar a qualidade dos serviços, promover os investimentos privados e profissionalizar a gestão das empresas”.

As chances de privatização, contudo, variam para cada empresa. O motivo é que, na legislação argentina, há a figura jurídica de “Sociedade del Estado”, que rege a constituição de empresas estatais. Para privatizá-las, é necessário transformá-las em “sociedades anônimas”.

Algumas, como a YPF, os Correios, a Aerolíneas Argentinas e o Banco de La Nación, já se enquadram nesse requisito, o que, segundo a imprensa local, pode facilitar o processo. A venda das demais deve andar mais devagar.

Veja a lista completa das 41 estatais argentinas que Javier Milei quer privatizar:

Empresa Área de atuação
Administración de Infraestructuras Ferroviarias Ferrovias
Administración General de Puertos Portos
Aerolíneas Argentinas Aviação
Arsat Empresa Argentina de Soluciones Satelitales Telecomunicações
AySa Agua y Saneamiento Saneamento
Banco de Inversión y Comercio Exterior Financeiro
Banco Nación de la Argentina Financeiro
Belgrano Cargas y Logística Logística
Casa de la Moneda Financeiro
Construcción de Viviendas para la Armada Argentina Habitação
Contenidos Públicos Emissa de TV
Corredores Viales Rodovias
Correo Oficial de la República Argentina Correios
Desarrollo del Capital Humano Ferroviario Ferrovias
Dioxitex Material radiotivo
Educ.ar Educação
Empresa Argentina de Navegación Aérea Tráfego aéreo
Energía Argentina Energia
Fabricaciones Militares S.E. Material bélico
FAdeA Fábrica Argentina de Aviones “Brig. San Martín” S.A. Aviação
Ferrocarriles Argentinos Ferrovias
INTeA Innovaciones Tecnológicas Agropecuarias Agronegócio
Intercargo Transporte
Nación Bursátil Bolsa de valores
Nación Reaseguros Resseguros
Nación Seguros de Retiro Previdência
Nación Servicios Meios de pagamentos e benefícios
Nucleoeléctrica Argentina Energia
Operadora Ferroviaria Ferrovias
Pellegrini Fondos Comunes de Inversión Financeiro
Playas Ferroviarias de Buenos Aires Ferrovias
Polo Tecnológico Constituyentes S.A. Parque tecnológico
Radio de la Universidad Nacional del Litoral Rádio
Radio y Televisión Argentina Rádio
Servicio de Radio y Televisión de la Universidad de Córdoba Rádio e TV
Tandanor Talleres Navales Dársena Norte Estaleiro
Télam Agência de notícias
VENG Vehículo Espacial Nueva Generación Aeroespacial
Yacimientos Carboníferos Fiscales Carvão mineral
Yacimientos Mineros de Agua de Dionisio (YMAD) Mineração
YPF Petróleo

(Fonte: Infobae)

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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