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Milho BR para chinês ver não conta com pressa para atropelar pragmatismo confunciano em 2022

08 ago 2022, 13:20 - atualizado em 08 ago 2022, 13:34
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Milho brasileiro para China tem poucos fatores de antecipação para 2022 (Imagem: Cláudio Neves/Portos do Paraná)

Não há nada que possa influenciar, de momento, a China atropelar seu ritmo de negociação com o Brasil e decidir pela importação de milho ainda este ano.

A melhora das margens de processamento de grãos na China, incluindo principalmente a soja, ainda segue lenta.

Mesmo o caso Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, que deteriorou as relações sino-americanas com sua visita a Taiwan, não serve de argumento imediato.

O país é um dos principais fornecedores de milho aos chineses e estes poderiam penalizar os exportadores encurtando suas compras de lá, porém o pragmatismo confuciano da China fala mais alto. Nunca eles atropelam nada.

Tem a safrinha brasileira entrando no mercado, daí que vai pressionar o milho em Chicago e até anular o clima irregular nos EUA. Logo eles não vão se voltar para o Brasil e ver as cotações disparem por essa demanda – ainda com a transformação em farelo com baixa remuneração, como dito.

A Ucrânia já estava na conta. Também bom fornecedor, mas agora, até já começou a  haver um certo escoamento, com a liberação de um corredor no Mar Negro pela Rússia.

As autoridades do país asiático abriram negociações com o Brasil para liberar as importações do cereal, com vistas a 2023, mas com a insistência brasileira – e certo grau de otimismo – de que poderia ser antecipada para 2022.

Várias exigências de conformidades sanitárias foram colocadas à mesa e, a rigor, o Brasil não tem problema algum de cumpri-las. Aliás, já são.

Vlamir Brandalizze, analista, lembra, por sinal, que o milho brasileiro é até melhor que o americano.

Regras são regras, porém. A China quer ter certeza de que os grãos liberados estarão em acordo.

Só que o milho que o Brasil teria para entregar este ano é o produzido sem que as negociações estejam concluídas. O cereal de inverno já está colhido.

“Se os chineses tiverem pressa, pode ser que antecipem, mas quando muito a partir de novembro”, diz Brandalizze.

E para entrega no começo de 2023, no mínimo, já com as negociações concluídas e com a certeza de que a oferta de verão, plantada a partir de setembro/outubro, estaria comprovadamente dentro dos requisitos sanitárias exigidos.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
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