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Milho: importações crescem contra alta no mercado interno e, agora, retenção dos vendedores

13 abr 2021, 12:59 - atualizado em 13 abr 2021, 13:46
Milho
Mesmo com exportações menores de agora em diante, milho deverá continuar com preços altos no Brasil (Imagem: REUTERS/Vincent Mundy)

As importações de milho no acumulado do ano, embora parecendo pequenas, reforçam a necessidade de as indústrias e cooperativas com granjas integradas abrirem canais alternativos de compras para equilibrar com a alta expressiva do cereal no mercado interno.

De janeiro até esses primeiros dias de abril as aquisições externas se estenderam para 691,8 mil toneladas. No mesmo período de 2020 foram de 451 mil/t.

Nesses mesmos meses, a primeira safra de milho no Brasil tem potencial de alta acima de 8% em volume, para uma média, formada entre várias projeções, de 28 a 29 milhões/t.

Embora seja uma oferta pequena na comparação com a safra de inverno – na soma de ambas, o cálculo, segundo o IBGE, é de 112 a 113 milhões/t -, as exportações mais fortes enxugaram o disponível para o consumo doméstico.

E propicia valores de até R$ 100 a saca para pequenos compradores, como granjas independentes, e de R$ 95 a R$ 98 para indústrias, registra Vlamir Brandalizze. “Estão sofrendo”, diz.

Na B3, o contrato maio já passa dos R$ 100/sc.

De agora para frente, no entanto, a tendência é de embarques mais comedidos, mas também com resistência dos vendedores ao mercado interno, acredita o consultor da Brandalizze Consulting.

Além da diminuição dos estoques, os produtores também estão segurando para buscarem preços melhores, uma vez que as cotações futuras já estão sob pressão, a R$ 75 a saca para o segundo semestre, da colheita do milho safrinha (safra de inverno).

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.