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Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3): Com novela de frigoríficos chegando ao fim, XP rebaixa ação e preço-alvo; confira

28 ago 2024, 10:55 - atualizado em 28 ago 2024, 11:09
minerva beef3 marfrig mrfg3
Aprovação final do CADE para o acordo entre Minerva e Marfrig provavelmente ocorrerá nas próximas sessões, em 11 ou 25 de setembro (iStock.com/Dragos Cojocari)

XP Investimentos atualizou suas estimativas e recomendações para as ações da Minerva Foods (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), incorporando o “deal” (acordo) entre os frigoríficos, à medida que o acordo envolvendo a alienação de 16 plantas e um centro de distribuição se aproxima do fim.

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Apesar de ver o resultado como positivo para os frigoríficos, mesmo com possíveis riscos, para a Marfrig, a venda de ativos proporciona um apoio essencial aos seus esforços de desalavancagem, aumentando o valor do equity.

Já para a Minerva, segundo os analistas, ainda há tempo para capitalizar um momento de ciclo favorável, embora acreditem que a empresa tenha pago mais do que o valor justo pelos ativos adquiridos.

“Com maior clareza sobre as condições de aprovação, incorporamos a venda de ativos em nossos modelos”, diz.

A XP permanece neutro em relação à Marfrig, embora tenha aumentado o preço-alvo para R$ 17,50 (potencial de alta de 19,10%), impulsionado principalmente pelo aumento do Valuation da BRF (BRFS3), mas também devido ao impacto positivo da desalavancagem.

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Por outro lado, rebaixou a Minerva de compra para neutro com preço-alvo de R$ 8.40/ação, “já que a maior alavancagem pressiona o valor do equity”, explicam Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.

As preferências da XP dentro do setor de alimentos, bebidas e agro seguem sendo JBS e a BRF, já que um aperto de ciclo (tanto nos EUA quanto no Brasil) e o aumento das taxas de juros podem limitar a geração de caixa e o ritmo de desalavancagem da Marfrig e da Minerva.

O que acordo representa para Marfrig e Minerva?

Segundo a XP, a sugestão de aprovação sem restrições pela Superintendência Geral do CADE (órgão antitruste brasileiro) foi uma surpresa, embora antecipada por ambas as companhias, especialmente pelo:

  1. prazo de um ano desde o anúncio do processo;
  2. qualificação de “alta complexidade” pelo CADE;
  3. listagem da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) como terceira parte no negócio.

O próximo passo é a aprovação final do CADE pelo tribunal, que provavelmente ocorrerá nas próximas sessões (11 ou 25 de setembro). Embora houvesse a expectativa de que fosse analisado na sessão de 28 de agosto, o acordo não foi listado entre os temas de discussão da reunião.

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Para Marfrig, a venda fornecer um suporte essencial para seus esforços de desalavancagem, embora a empresa diminua sua operação em um ciclo de mercado favorável.



“Nos últimos doze meses, estimamos um desconto de holding de 30%, que esperamos que diminua após a desalavancagem proporcionada pela venda de ativos. Como resultado, estamos incorporando um desconto de holding menor (20%) e nosso valuation baseado em múltiplos”.

A XP espera que a Minerva comece a operar as novas plantas no início do quarto trimestre que o atual ciclo de mercado durará mais tempo.

“Nosso Valuation, baseado numa análise de múltiplos, estabelece um preço-alvo de R$ 8,40/ação, uma vez que o aumento da alavancagem após a aquisição dos ativos da Marfrig, pressiona o valor do equity. Como resultado, qualquer aumento de 5% no Ebitda de 2026 representa um upside de ~19% em nosso preço-alvo”, discorrem.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.