Minerva (BEEF3): O etanol de milho é transformacional para a pecuária, vê CEO Fernando Queiroz

O etanol de milho e seus subprodutos, em especial o DDG (Grãos Secos de Destilaria), surgem para transformar a pecuária do Brasil. Essa é a visão do CEO do Minerva Foods (BEEF3), Fernando Queiroz.
O DDG e o DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis) são cooprodutos de alto valor agregado, que podem ser utilizados na cadeia alimentação animal, com ganhos significativos para produtividade do gado.
“Vamos encerrar 2025 com um terço do etanol do país vindo do milho, o que consequentemente resulta numa quantidade grande de DDG. Esse produto é concentrado em algumas áreas do Brasil e há possibilidade de crescer nessas áreas e expandir para outras que não contam com essa disponibilidade do insumo, assim como para fora do Brasil”, vê.
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O consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, comenta que o DDG já está sendo usado em estados como o Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia na terminação de animais
Ele explica que no Maranhão, por exemplo, não existia a disponibilidade de nenhum subproduto a um preço baixo e volumes importantes para uma terminação. Quando esses subprodutos vão aparecendo, gera-se uma mudança grande de oferta.
Segundo Barros, a qualidade do acabamento da carcaça do boi melhorou muito por conta do número superior de registros nos confinamentos.
“O que provavelmente está acontecendo é que as fazendas brasileiras estão se preparando nos pastos para montar estruturas de coxo, para fazer essa suplementação. A chamada da TIP (Terminação Intensiva em Pastagens) é uma tendência muito grande no Mato Grosso e na hora que a arroba melhora de preço, dá para investir mais”.
A atenção para o biodiesel
Outro fator de atenção citado por Barros fica pelo avanço da mistura de biodiesel no diesel, que saiu de 14% para 15%, que implica em um maior volume de farelo de soja.
“A gente não fala de farelo de soja para vaca, mas aparecendo mais três milhões de toneladas de farelo de soja, isso significa mais oferta de proteína vegetal de alta qualidade que vai ser deslocado para gado de leite, sobrando mais DDG para a pecuária de corte. Temos que olhar todo o contexto de biocombustíveis”.
Caso a mistura atinja o tão esperado B20, isso significaria 15 milhões de toneladas a mais de farelo de soja. “Tudo isso é muito transformacional para a pecuária brasileira”.